Samuel Nunes, o artista que vai além das ‘ideias’ e transforma alimentos em arte criativa
Filho de Wanderlei Batista Nunes (Wandi) e Marcinéia Nunes, o jovem catalano Samuel José Nunes foi destaque em todos os meios de comunicação do Estado, após participar do programa global “Encontro com Fátima Bernardes”.
Aos 17 anos, Samuel é irmão de Ana Vitoria Nunes e um grande orgulho para toda família, amigos, colegas e professores. O BLOG da Maysa Abrão esteve com o talento das artes e descobriu um pouco mais sobre esse jovem que, além de amar desenhar, tem grande fascínio pela música.
Blog da Maysa Abrão: Como foi sua infância em relação à arte?
Samuel: Quando pequeno, desenhava mais que pintava, ou seja, sempre estava em algum lugar, com uma folha de papel e rabiscando. Comecei a mexer com tintas bem mais tarde, porque gostava de esculpir e criar coisas.
Blog da Maysa Abrão: Como você cria seus retratos?
Samuel: É espontâneo. Primeiro imagino algo e consequentemente começo a rabiscar e as imagens surgem no papel. Alguns até faço trocadilhos, como o meu desenho do John Lennon, porque limão em inglês é “Lemon”; o do Johnny Depp de chocolate, porque ele atuou no filme “Chocolate”; o do Axl Rose com pétalas de rosas, porque rosa em inglês é “Rose”; Mister Bin de feijão, porque feijão em inglês é “Bin”.
Blog da Maysa Abrão: Você fez cursos de pintura?
Samuel: Quando era criança interessei a começar um curso e cheguei há ir para ver como era, mas não gostei e nunca mais voltei.
Blog da Maysa Abrão: Seus pais te apoiam?
Samuel: Meu pai fez “Química”, então sempre teve o “pé mais no chão” e diz: “Desenho legal, mas procura algo físico e tal”. Ele tem essa visão mais realista e me apoia, mas tem o “pé no chão” mesmo. Minha mãe é pintora e costumo dizer que, se ela não estivesse próxima para me dar suas tintas e mostrar algumas técnicas da pintura, talvez eu não tivesse consciência desse dom. Sem dúvida alguma, ela foi meu primeiro empurrão e foi algo muito importante. , porque ela gosta das minhas criações. Minha mãe sempre pintou e sabe que o desejo de todo artista é ter um reconhecimento maior, então acredito que ela está bastante feliz por mim.
Blog da Maysa Abrão: Como você vê a arte na atualidade?
Samuel: A arte, hoje, é muito peculiar. Não tem como você afirmar o que é ou não arte, pois vai depender da interpretação própria de alguém. Não é mais como antigamente, onde visavam arte pelo esforço de um pintor que passou um ano pintando aquele quadro perfeito. Então, às vezes, algo simples como um quadro aleatório significa muito mais que um desenho elaborado. Portanto, arte nada mais é que, você se expressar. Os desenhos que faço com alimentos viso mais a divulgação e o entretenimento, porque é divertido para mim. Jamais visei nenhum tipo de interpretação profunda ou nenhum tipo de expressão. Tenho trabalhos em que me expresso, mas não os divulgo, apenas guardo para mim, entende? Tenho vários “Sketch Book” e alguns quadros, mas isso é só meu, porque não me preocupo com a beleza do quadro, mas sim com o que estou sentindo.
Blog da Maysa Abrão: Como está sendo lidar com a mídia?
Samuel: Foi tudo muito novo, porque sempre desenhei por diversão e nunca fui de preocupar em publicar. Era algo para mim, minha família e amigos. Agora, do nada, estão todos me procurando a respeito disso, então foi meio que um choque por não estar acostumado.
Blog da Maysa Abrão: Você se expressa bem sobre a arte. Sempre foi assim, ou tudo surgiu com a descoberta do Samuel?
Samuel: Sempre pensei assim. Inclusive por não divulgar os trabalhos que faço de expressão individual, porque acho que não há necessidade e acredito ser algo que não quero que as pessoas vejam. Costumo dizer que, é igual quando você tem algo dentro de ti e quer tirar para fora, ou seja, tem gente que escreve, tem gente que faz outra coisa, eu desenho e guardo. Um exemplo que posso citar: estava gostando de uma garota e desenhei algo relacionado; ou algum episodio que passei. São como memorias. Já os retratos divulgados, meus amigos gostam e acham divertidos, então faço e posto em um grupo ou outro.
Blog da Maysa Abrão: Como foi estar em um programa de televisão em rede nacional?
Samuel: Foi tudo uma surpresa. O Renato, da “International House” Catalão, entrou em contato com o programa da Fátima Bernardes e não contou a ninguém. Ele nos comunicou quando a assessoria o procurou, então foi tudo de ultima hora e a “ficha não tinha caído” até estar lá. Participar de um programa de televisão era algo que, não imaginava ser muito real, ou seja, as pessoas irem ao programa e tal. Conhecer e estar com aqueles atores como Marina Ruy Barbosa era algo que jamais imaginei ser normal ou fácil, pois para mim, era inalcançável. A principio fiquei um tanto nervoso, porque era preciso fazer os desenhos, tanto da Fátima, quanto da Marina naquele momento. Porem, depois “fique de boa” e eles deixaram o ambiente confortável, o difícil mesmo foi controlar o corpo, o tremer das mãos e não gaguejar.
Blog da Maysa Abrão: Arte é o que você quer para o seu futuro?
Samuel: Sim, é o que quero. Sei disso, porque desde pequeno amo arte e música e sempre desejei fazer algo que gostasse, uma vez que, o trabalho vai ocupar grande parte da minha vida. Ainda nesse raciocínio, preciso fazer algo que me satisfaça, não apenas como um meio de ganhar dinheiro, mas que identifique com minhas vivências, meus valores e propósitos pessoais. Quero ao final da minha vida, quando estiver bem idoso, poder olhar para trás e, dizer: Valeu a pena!
Blog da Maysa Abrão: Você já fez suas escolhas?
Samuel: Ainda não tenho uma escolha, porque a principio, quero me tornar independente financeiramente para depois conseguir manter uma carreira artística. Até mesmo para conseguir importar material de trabalho, uma vez que, tem caneta que pago R$60 reais. Portanto, se eu não mantiver uma base, uma segurança, não vou conseguir manter isso. Estou no terceiro ano e já olhei vários cursos como música, arquitetura, design e artes plásticas, mas ainda não cheguei a uma conclusão final. A faculdade de artes não é um curso técnico, mas para te ajudar a criar uma identidade artística no jeito de pintar. Portanto, não adianta eu procurar uma faculdade de artes tentando aprender algum tipo de pintura ou alguma coisa assim.
Blog da Maysa Abrão: Como você guarda suas obras de arte?
Samuel: Infelizmente as que são feitas com comidas duram muito pouco, exemplo, a pintura com limão fiz com a casca solta, depois que acabei, fiz a fotografia e já era, porque escurece e perde. Assim acontece com o chocolate e chiclete, só em fotos. Tem um ou outro, que consigo moldurar como o de açaí. Quando a produtora do programa veio atrás de mim, ela pediu um vídeo fazendo algum desenho, mas não tinha nenhum. Era tarde da noite e ela pediu para o mesmo dia, então fiz novamente a Torre de Pizza para filmar. Como já tinha feito antes e sabia fazer, gastei na faixa de dez minutos para concluir.
Blog da Maysa Abrão: E como estão as ideias?
Samuel: Pretendo fazer algo diferente, mas não posso contar, porque vai estragar a surpresa. As ideias andam a mil, porque tem muita gente pedindo retratos, sugerindo alguns, então estou com muitas ideias para fazer.
Blog da Maysa Abrão: E essa sua paixão pela música, qual instrumento você toca?
Samuel: Toco três tipos de saxofone, o alto, reto e o tenor, também toco violão, ukulele, baixo, teclado, gaita e estou aprendendo violino. A música surgiu junto com a arte, porque ainda pequeno comecei estudar musica teórica, em seguida saxofone e os outros foram sem professor. Meu pai comprava o instrumento, eu me trancava no quarto e aprendia sozinho a tocar. Tenho todos esses instrumentos em casa e musica é igual os desenhos, por diversão, então é sempre algo novo. Não tenho um estilo fixo, às vezes toco blues, jazz, MPB, rock e vai dependendo do momento.
Blog da Maysa Abrão: Como é querer ser artista no Brasil?
Samuel: Infelizmente, não só no Brasil, mas em muitos lugares, quando alguém pergunta o que você vai fazer da vida e você revela que deseja ser um artista, logo em seguida a pessoa diz: mas e de trabalho? As pessoas não veem a arte, a música como trabalho oficial ou um trabalho formal, tanto é que o salário de um artista é uma miséria e não tem reconhecimento nenhum. Conversei com um grupo de jovens do último período de arte e eles falaram que não sabem como vão sobreviver. Enquanto um médico já começa fazer plantão antes de acabar o curso e já esta ganhando rios de dinheiro. Viso esse lado financeiro, porque estou saindo de casa e vou precisar pagar um apartamento e minhas contas. Se já tiver uma independência financeira, é claro que não vou me preocupar muito com o lado do retorno, mas com meu agrado e minha carreira. Portanto, preciso “ter os pés no chão”, me estabelecer em algum lugar, sair de Catalão e ter até mesmo um carro.
Blog da Maysa Abrão: Bom, para terminar, se fosse para escolher um desses instrumentos, qual você escolheria?
Samuel: O saxofone sem duvida alguma. É muito bom.
E se você perdeu o nosso Samuel no programa Encontro com Fátima Bernardes, pode acessar um desses links e conferir o grande dom que esse rapaz tem em criar retratos com materiais bem diferentes do normal.
Encontro com Fátima Bernardes => http://globoplay.globo.com/v/4901668/
Bom Dia Goiás => http://g1.globo.com/goias/videos/t/bom-dia-go/v/jovem-que-usa-materiais-inusitados-para-fazer-pinturas-faz-sucesso-em-catalao/4920208/
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