Registros da Academia Catalana de Letras – As duas grandes avenidas comerciais de Catalão homenageiam dois baianos que vieram para cá no século passado
A Academia Catalana de Letras registra que, as duas grandes avenidas comerciais de Catalão homenageiam dois baianos que vieram para cá no século passado: Lamartine Pinto de Avelar e José Marcelino da Silva. Todos os catalanos conhecem muito bem, no alto do São João, a avenida Dr. Lamartine e, no lado de cima dos trilhos, a avenida José Marcelino.
Dr. Lamartine apareceu em Catalão, já formado em medicina, no final da década de 1950. Foi muito dedicado ao exercício da profissão, deixando muitas lembranças na Santa Casa de Catalão. Depois de sua inauguração em 1959, o hospital arregimentou um grupo seleto de médicos que foram pioneiros naquela casa: Lamartine, Roberto Marot e Silvio Paschoal. Os três tinham uma grande clientela no município, muitas vezes atravessando madrugadas e vendo o sol nascer no hospital em atendimento a enfermos, geralmente pobres e indigentes. Dos clientes particulares a equipe recebia pelas consultas e tratamentos, mas doava uma parte para custeio no orçamento da Santa Casa.
Dr. Lamartine faleceu em 1976 deixando uma grande lacuna na gestão daquele hospital. Havia sido também um atuante político de bastidores. Sua influência no município e na região foram notáveis no sentido de fundar e consolidar a Arena (partido político aliado aos militares). Em sua memória, recebeu o nome de avenida. Tudo se deu quando, no final da década de 1970, o Sr. Antônio Duarte solicitou atenção da prefeitura para as péssimas condições do alto São João, onde sua família estava montando um posto de gasolina. O então prefeito Silvio Paschoal constatou que, nas cercanias do posto havia muito mato, existindo apenas uma trilha, um mata-burro e uma sinuosa estradinha de carroças que fazia, com muita dificuldade, a ligação com a rodovia para Brasília. Daí a abertura de uma longa e larga avenida, pelo prefeito, e sua inauguração com o nome de Lamartine Pinto de Avelar.
Com o passar dos anos, outros prefeitos embelezaram a avenida com pavimentação, sinalização, arborização e iluminação pública. A outra avenida comercial de Catalão tem uma história diferente. José Marcelino da Silva foi um pedreiro que se tornou construtor, ligado a grandes obras no município e também à maçonaria.
José Marcelino nasceu no município de Cocos, na Bahia, no começo do século passado. Aos dezoito anos de idade, juntamente com um irmão, aventurou-se numa corajosa mudança para Ipameri, à procura de trabalho e melhores condições de vida. Ambos eram pedreiros e passaram a trabalhar para o saudoso Cel João Vaz. Depois de juntar algum dinheiro, José Marcelino veio para Catalão, em 1930, montando uma grande cerâmica de fabricação de telhas, tijolos e ladrilhos. O estabelecimento, pioneiro na região, se tornou referência para a cidade, estando localizado bem acima dos trilhos (hoje, imediações do Polivalente). O acesso ao local ganhou naturalmente o nome de seu fundador.
José Marcelino, de pedreiro virou empresário e construtor, inclusive, levantando a ponte do rio São Marcos a serviço do prefeito Cyro Netto, obra até hoje sendo utilizada para acesso a Davinópolis.
Desse modo, um médico e um pedreiro, ambos baianos, receberam homenagens nas duas maiores avenidas comerciais de Catalão.
FOTO: Av. Dr. Lamartine Pinto de Avelar
FOTO: Santa Casa de Catalão
FOTO: José Marcelino da Silva
FOTO: Loja Maçonica
Luís Estevam
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