MOMENTO DE REMEMORAR… MOMENTO DE AGRADECER! OBRIGADA CONGADEIROS DE UBERLÂNDIA!
Mês de outubro é sempre um período de muitas redescobertas. É uma ocasião de recordações. Ao som das caixas, das patagongas, gungas, dos chocalhos, sanfonas, as minhas lembranças foram aquecidas e as minhas memórias alimentadas e tudo que me parecia tão distante se tornou tão presente.
Lembrei-me de meus avós como festeiros, dos preparativos dos rituais e cortejos; da alegria que imperava na família no compasso da responsabilidade e do compromisso em realizar uma boa festa. Talvez por isso me tornei uma amante incondicional do Congado e a cada ano me proponho a novo desafios, a novas descobertas, sejam por meio da lente de minha câmera ou pelos registros marcantes da minha memória afetiva, olfativa, cuja lente dos meus olhos, milimetricamente, registram imagens de perto, de longe, do presente, do passado que acabam fervilhando na minha mente a fim de, dali saírem, e me descortinarem cenários, histórias e recordações que me unem ainda mais as comemorações em louvor a Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, abrindo possibilidades de novos aprendizados.
Em 2019 experimentei novas redescobertas ao registrar a Festa do Congado da cidade de Uberlândia, no Triângulo Mineiro. Ali entendi o divino segredo da palavra festa, do acolhimento, do significado da palavra Irmandade como sinônimo de receber. Fui muito bem recebida, não como “forasteira”, mas como uma irmã, parceira; aquela que vem somar a fim de contribuir com a propagação de uma comemoração secular e não como alguém que vem tomar espaço, coletar informações ou garimpar imagens a fim de difundi-las como exóticas, efêmeras ou atração turística, a fim de projeção profissional.
Ao som da patagongas, representação das bateias orquestradas pelos negros escravizados no período da mineração do Brasil; das gungas utilizadas como ferramenta essencial na fuga rumo aos quilombos pela mata densa, espantando com seu barulho os animais que viessem atacar os escravizados em fuga, rumo à liberdade; do som emanado das caixas ressoando pela cidade o canto ancestral, não do lamento, mas da afirmação da cultura africana, pude compreender que a festa do Congado é muito mais que uma festa de devoção católica, pois como o Trança Fitas do Marinheiro, a festa une céu, terra, mar numa só sintonia trazendo à tona a memória africana e suas muitas interpretações que foram coroando de êxito a cultura brasileira.
Se capturei mais de 800 minutos de imagens, essas não são meramente representações de um fazer festivo, mas de vidas, cujas memórias sentimentos estiveram durante os festejos estampados na garra, no suor escorrendo a face, no olhar de devoção frente as imagens dos santos de devoção de cada dançador. Estiveram também presentes no sorriso e no sentimento de dor frente às lembranças sentidas e relembradas, das festas do passado, dos personagens que se foram, mas que ali se encontravam na forma de energia que pulsava nos instrumentos, nos rodopios dos dançadores, nas lágrimas que alimentavam o solo e, sobretudo na garra de homens e mulheres que não deixam o Congado cair no esquecimento.
Obrigada Congadeiros de Uberlândia; obrigada Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito; obrigada Uberlândia por me proporcionar viver o divino segredo da palavra Festa!!!
CONFIRA AS 5 (CINCO) GALERIAS DE FOTOS DA Festa do Congado em Uberlândia NOS LINKS ABAIXO:
CONFIRA OS 77 VÍDEOS FEITOS DA Festa do Congado em Uberlândia EM NOSSO CANAL DO YOUTUBE:
https://www.youtube.com/channel/UCAHD37iSIFI5cw4weWLfTTA
BLOG DA MAYSA ABRÃO TEM COMO APOIO CULTURAL:
(64) 3411-6994
BLOG