Homenagem do BLOG da Maysa Abrão ao “Centenário da Semana de Arte Moderna” de 1922 – A poetisa Cida Nesralla

Eu, Maria Aparecida de Castro Nesralla, nasci na cidade de Catalão, Goiás, no dia 17 de junho de 1957.

Filha de Edmilson de Castro e Nair Abrão de Castro, a mais velha dos seis irmãos: Marise Abrão de Castro, Marcos Abrão de Castro, Márcio Antônio de Castro, Edmilson de Castro Júnior e Nicolau Abrão de Castro.

Sempre gostei de ler, escrever, estudar e aprimorar meus conhecimentos. Terminei o segundo grau em Catalão e fui para a capital Goiânia prestar vestibular e fazer faculdade. Fui graduada em Ciências Sociais e fiz pós graduação em Administração Escolar. Fui professora por 30 anos.

Sempre que tinha um tempinho escrevia meus poemas. Mas, fui aprimorar somente quando me aposentei, em março de 2010.

Hoje, os poemas são pedaços da minha vida. Onde busco explorar os sentimentos, a espiritualidade, o amor a minha cidade natal Catalão.

Na trajetória da vida vou fazendo e (re)fazendo meus momentos. Como uma flor outonal rastreio uma janela, um vão, um ar de pensamento, de esperança e transformo numa FLOESIA.

 

SOU ASSIM

 

 

 

Sou assim…

uma cachoeira

que transborda

pela montanha

da vida e segue.

  

 Hora mansa,

 calma, serena e

 outra hora precipita

 em lágrimas do Luar

 e/ou sorrisos estrelares…

 

Bordo palavras,

floesias, sonhos

pelos caminhos,

que a vida

me conduz!

 

__Cida Nesralla

 

 

 

 

TOCAM OS SINOS TRICENTENÁRIO

DE CATALÃO

 

Em terras Catalana, a chuva cai do céu com eterna compaixão. O vento abraça os inúmeros tons de verde do nosso cerrado. As flores dançam sob a chuva exalando sorrisos de satisfação… Quanta gentileza de Deus molhar as terras do Pirapitinga de histórias… É final de tarde, sopra o vento, expirando gotículas de perfumes de seus trezentos anos.
Os pássaros fazem seu gorjeio buscando abrigo para pernoitar…e Maria eleva aos corações na badalada das dezoito horas da tardinha: Ave cheia de graça …. enquanto o congado canta, dança, o batuque fervoroso do seu povo,  avós, bisavós, tataravós relatam fatos, contos de uma história de sangue, lutas, glórias, percas e conquistas…. Assim, a lua vai subindo, iluminando esse céu de liturgia eterna … retratando a simbologia dessa terra,
dessa gente.
São trezentos anos de um povo de tradições, de uma cultura tricentenária, de contos, relatos de pai prá filho… Onde a metamorfose da vida procurava alegrar com sabores diversos os gostos que emanava de cada época.
   Tempo de delicadeza, de fé, de sonhos, de literatura, de contos, de folclore…onde olhavam para o futuro sem medo. Conseguindo chegar aos lugares que seus sonhos pertencia. que foi vencendo dia a dia, ensinando que a vida era dividida entre a cruz e a ressurreição. Mas, suas características vai mudando e a modernidade vai chegando…onde o luxo sobressaia em detrimento ao simples.
No lampejo deste anoitecer o céu é de pura poesia. Fomos agraciados por luzes de um bandeirante, por imigrantes, por escritores, por advogados, por poetas com poemas no coração e um amor doce  deixado nessa Terra abençoada.
Neste simples relato poético percebe que a vida nasceu da dor…e que não existe poesia sem dor; céu sem estrelas,  mártires sem glórias, coronéis e políticos sem palanques, povo sem história… mas, a estrela que brilha  no peito de cada Catalano,  que fazem seu povo perceber o encanto da Terra que nasceu .
Esta é a beleza de quem é Catalano, a fragrância que eterniza no espírito de cada época e vibra pelo Morrinho da Saudade, pela vinte de agosto…em cada coração dessa Atenas de Goiás.
Catalão Terra Altiva dos sonhos meus!

__Cida Nesralla

 

SUSPIROS E SAUDADES

 
Pelo advento da minha infância vou arrancando suspiros e saudades. Da criança vivida a refletir o espírito do saber, do bem fazer e do destemor. Sigo pelas ruas antigas de Catalão, carregando passados, segredos e nostalgias. Pelo arrebol da minha meninez estou viva nesse passado de ontem, que hoje pulsa saudades.
Lembranças entalhadas na mente. Velhas ruas, cafés nas casas de famílias, a noitinha sentar nas portas das casas contando causos, brincadeiras nos imensos quintais, alegria nas casas dos avós, o voltarmos para casa dos nossos pais e encontrar o conforto e as guloseimas, os quitutes, os crochês, os tricô, os bordados, os bolos de aniversário feitos por nossas mães, o almoço na volta da escola quanto capricho e amor, trabalhos domésticos que éramos obrigados a fazer e o fazíamos com capricho … na fase de sonhos da vida, restaram lembranças, que agora cabem numa pequena caixa, entre fotos.
Quantos segredos existiam e as crianças não podiam saber. Às vezes ficávamos escondidos tentando ouvir. Quantos sonhos soterrados. Vivendo de escritos nos corações saudosos.
Como posso chamar de passado, se ainda sinto esse passado reviver em mim? Como posso chamar de passado se a poetisa dedilha seus anseios pelo presente?
Como foi bom saborear desse beijo de aromas, entre manguezais, cajueiros, abacateiros, figueiras, caquizeiros, hortaliças… de sabores únicos…como outrora existiu em minha boca. Um gosto de infância que não mais se encontra.
Minha Catalão chama histórica, terra amada de seus ancestrais. Vigora em nosso berço a sua arcaica era. Serão trezentos anos de sonhos, contos, violências, amores, gerações, folclores, vidas, que marcaram essas Terras essa gente, essas famílias que palpitam pelos caminhos de saudades, que cada um de nós galga.
Hoje, urge o progresso necessário, mas lampeja lembranças das serestas, serenatas, bandas, dos correios elegante, dos pirilampos vagando pela noite, dos terços em família, dos piqueniques, dos abraços calorosos e bate papos pelas ruas simples da cidade… e da lua encantadora nascendo numa simples comunidade, com pouca iluminação. Éramos felizes, éramos livres.
Então, vou inspirando em versos a minha meninice, que hoje se encontra colada entre fotos num álbum de saudades.
Atualmente partilho minhas bagagens de amor, flores, saudades, lágrimas…mas com radiante alegria. Uma estesia incomparável de ter vivido momentos de extremo regozijo. Apesar das noites de solidão nos dias de hoje, lembro-me bem, o quanto estava sendo cuidada por Deus. Pude compreender, que mesmo quando todos se vão, Deus permanece e todo o amor que eu enviar, em forma de poema, será sagrado. Estará guardado entre flores, com aromas adocicado enfeitando corações, perfumando almas e
colorindo sentimentos!
__ Cida Nesralla
LUA! LUA! LUA!
 
Oh! Lua cintilante
Do céu em esplendor
Constelada, sedutora
Brilhas em mim
Com toda magnificência do amor
Derramas seu manto de luz
Deixa o vento fazer burburinhos
Na sinfonia que espanta a solidão
Oh! Lua amada de
Fascínio e resplendor
Plange as cordas do meu coração
Para que eu possa
Somente a ti cantar
Oh! Lua cintilante
A tremeluzir estou
Conforta a minh’alma
Deixa-me dardejar pelo seu relampado
De brilho prateado,
Para que eu possa alumbrar na
noite negra da minha dor.
Oh! Lua cintilante
Será o amor a pulsar,
Nesse luar de emoções?
Lua! Lua! Lua APAIXONANTE
Apaixonada estou!
__Cida Nesralla
POETISAS

(Homenagem às POETISAS)

Criam doçura, lirismo…
Desenham o próprio céu
Inundam de LUZES, sentimentos
Perfumam, colorem, encantam
Sem conflitos!

Dançam com as estrelas
Estasiam a alma
Confessam com a lua
Aliviam as dores em amores
Esparramam felicidades!

Colorem a vida
Irrigam de lágrimas a intolerância
Despertam magias
Mostram o Belo
Deixam a vida germinar!

Aspiram ternuras
Acolhem um universo de palavras
Cultivam sonhos
Alimentam do espírito
Retratam o coração!

Embalam riquezas poéticas
Dançam com o lápis
Crivam pérolas de pensamentos
Fazem a fonética solfejar
Curam com versos a solidão!

POETISAS
Brilham…
Lavram palavras
Semeiam a terra de saberes
Versam em Floesias celestiais
Só para…derramarem felicidades!

Permitam que, quando eu for
Serei cada poema
Que nunca abandonará a vida
De sonhos… De sonhos
Mais preciosos que o ouro!

__Cida Nesralla

 

ACONCHEGO PEQUENINO
 
Aconchegante é o amor da criança
Onde o coração abraça
Onde os olhos sorriem.
Onde ela sente doçuras
Onde o medo não entra!
Aconchegante são as palavras da criança
Onde a maldade não tem vez.
Onde os versos são sinceros
Onde ela escuta bondade
Onde a voz é livre!
Aconchegante é o sorriso da criança
Onde a gargalhada é gostosa
Onde a paz floresce.
Onde as brincadeiras são expontaneas
Onde a amizade existe!
Aconchegante é o lugar onde a criança gosta de estar!
__Cida Nesralla
NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO

Nossa Senhora do Rosário
O teu caminho cheira flores e rosas
Mãe bendita do Salvador
No teu silêncio semeou orações
Na tua dor carregou a cruz do mundo
Na tua Assunção ensinou a crer na Ressurreição.
Aqui estamos, Mãe querida
Aqui viemos, Mãe Santíssima
De joelhos lhe ofertamos:
A nossa pequenez;
O nosso grito de solidão;
O nosso calvário;
O nosso Rosário da vida;
O nosso Amor por Ti.
Ajude -nos a sermos melhores,
Ajude -nos a dividir
Ajude-nos a perdoar
E a Amar uns aos outros.
Oh! Senhora do Rosário,
Interceda junto a Deus por nós!
Amém!

___Cida Nesralla

 

 

PARTES DE MIM

Enquanto meus sonhos
estiverem a uma batida do meu coração;
Enquanto a minha felicidade
estiver fluindo como rio;
Enquanto minha esperança
estiver bailando minhas pernas;
Enquanto minha solidariedade
acompanhar meu batimento cardíaco…
Concedam parar o tempo por instantes.
Sou carne… Sou pó.
Sou estrada… Sou fim.
Sou fé… Sou descrença.
Sou céu… Sou terra.
Tudo busco e tudo espero.
Até meu ego morrer.
e começar Servir.
Como diz Bert Hellinger:
“Numa vida que me nega milagres,
Até que eu entenda que tudo é um milagre”.
Pelo caminho, deixo partes de mim.
Meus Versos, Minhas flores e Deus!
______Cida Nesralla
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Marco oficial do Modernismo brasileiro, a Semana de Arte Moderna aconteceu em São Paulo e reuniu artistas das mais diversas áreas no Theatro Municipal de São Paulo, ao longo dos dias 13 e 18 de fevereiro de 1922. Apresentações musicais e conferências intercalavam-se às exposições de escultura, pintura e arquitetura com o intuito de introduzir ao cenário brasileiro as mais novas tendências da arte.