Frederico Campos: A Melodia da História de Catalão e Minas Gerais

Frederico Campos nasceu no dia 9 de janeiro de 1885, em São Sebastião da Serra do Salitre, uma pequena cidade mineira, que foi palco dos primeiros passos de um homem que se tornaria uma referência cultural para a cidade de Catalão e além.

Filho de José da Silva Campos e Joaquina Lina de Campos, desde a infância, Frederico nutriu uma paixão avassaladora pela música. Aos sete anos, a família se mudou para São Gotardo, em Minas Gerais, onde o jovem Frederico teve a oportunidade de iniciar seus estudos musicais, os quais seriam a base de sua vida e legado.

Quando completou 17 anos, Frederico retornou à sua terra natal e abriu uma escola de música, onde passou a disseminar seus conhecimentos e despertar o interesse de outros pela arte. A música, que ele tocava com tanta maestria, não era apenas um passatempo, mas uma verdadeira vocação. Depois, seguiu para a cidade mineira de Formiga, onde, ao lado do professor Vicente de Faria, fundou uma banda musical. Era um homem multifacetado, que dominava vários instrumentos, mas foi na “requinta”, uma espécie de flauta, que ele encontrou sua verdadeira paixão, tornando-se um exímio tocador.

Catalão foi o próximo destino de Frederico. Aqui, ele encontrou o amor e se casou com Julieta Prates em 1911. Dessa união nasceram cinco filhos: Wagner, Manoel, Ruth, Lurdete e Maurício, e ele se dedicou com afinco à educação e ao bem-estar de sua família. Em 1920, a perda de Julieta marcou uma nova fase em sua vida, e em 1922, Frederico casou-se novamente, desta vez com Joana Lopes. O segundo casamento lhe trouxe mais sete filhos: Mônica, Sônia, Edméia, José, Mauro, Paulo, Humberto e Adélio. Frederico, com seu amor pela música e pela educação, sempre se esforçou para garantir que seus filhos tivessem o melhor.

A história de Frederico Campos se entrelaça com a da sua prole, cujos filhos se destacaram em diversas áreas. Wagner Estelita Campos tornou-se uma figura proeminente na política, exercendo o cargo de deputado federal e presidente da Comissão de Orçamento da Câmara Federal, além de ter sido ministro do Tribunal de Contas da União. Mauro, por sua vez, foi um notável professor de português e seguiu a carreira jurídica, tornando-se juiz de direito, desembargador e presidente do Tribunal Eleitoral e do Tribunal de Justiça de Goiás. Já Adélio de Campos, o filho caçula, se destacou no meio jurídico como escrevente e escrivão do Cartório da Família e Sucessões, além de exercer a função de juiz em várias comarcas goianas, sempre com um compromisso com a justiça e a educação. Ele também foi professor de Direito no CESUC e exerceu papel importante na vida cultural e social da cidade como venerável da Loja Maçônica Paz e Amor II.

Em 1959, durante o centenário de Catalão, Frederico Campos, ao lado de Aguinaldo de Campos Netto, compôs o Hino de Catalão, uma obra que imortalizou ainda mais sua marca na cidade. O hino, símbolo de amor e devoção à terra que o acolheu, se tornou um dos legados mais preciosos de Frederico para Catalão, uma verdadeira homenagem à cidade que ele adotou como sua.

Frederico Campos faleceu em Catalão, no dia 19 de fevereiro de 1970, deixando um vasto legado de contribuições culturais, educacionais e musicais. Sua história é um testemunho de dedicação à música, à educação e à família. Sua vida, marcada pela busca do bem e do conhecimento, continua a ser lembrada com carinho e respeito, não só por aqueles que o conheceram, mas também pelas gerações que seguiram seus passos. Frederico Campos é, sem dúvida, um dos grandes nomes da história de Catalão e de Minas Gerais, cuja obra e dedicação ainda ecoam nas memórias da cidade e de seus filhos, que continuam a honrar seu legado.

O Fórum de Catalão recebe o nome de Frederico Campos como uma homenagem a essa importante figura da cidade.

TEXTO: Maysa Abrão

FONTE: Revista Portal VIP dez.2014