Concerto “Esquentando os Tamborins” reúne Coral Lírico, Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, Cia. de Dança Palácio das Artes e membros da Escola de Samba Canto da Alvorada no Grande Teatro
A Fundação Clóvis Salgado (FCS) entra em clima de folia e reúne os três corpos artísticos da instituição no concerto de carnaval Esquentando os Tamborins. Com a presença dos músicos do Coral Lírico (CLMG) e da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais (OSMG), dos bailarinos da Cia. de Dança Palácio das Artes (CDPA) e de membros da Escola de Samba belo-horizontina Canto da Alvorada, o repertório traz canções que representam uma viagem pelas cores e sons do carnaval. As apresentações, gratuitas, fazem parte da série Sinfônica e Lírico ao Meio-Dia, e acontecem nos dias 14 (terça-feira) e 15 de fevereiro (quarta-feira), a partir das 12h, no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes. Os concertos serão conduzidos pelo maestro André Brant, regente-assistente da OSMG.
As duas apresentações demonstram toda a versatilidade, criatividade e excelência dos integrantes dos corpos artísticos. O programa traz arranjos repletos de temas carnavalescos, e dois movimentos elaborados no período em que os corpos artísticos paralisaram as atividades em virtude da pandemia de COVID-19: Quando o Carnaval Voltar é uma homenagem das FCS aos diversos blocos de rua que desfilam pela capital nos dias de folia; já Canto da Alvorada foi criada em parceria com a Escola de Samba de mesmo nome, que empresta alguns de seus membros para a apresentação no Grande Teatro. Todos os arranjos foram compostos pelo pianista do CLMG, Fred Natalino.
Ministério do Turismo, Governo de Minas Gerais e Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, por meio da Fundação Clóvis Salgado, apresentam Sinfônica e Lírico ao Meio-Dia – Esquentando os tamborins, que têm correalização da APPA – Arte e Cultura, patrocínio master da Cemig, ArcellorMittal, AngloGold Ashanti e Usiminas, por meio das Leis Estadual e Federal de Incentivo à Cultura.
A folia de volta
Às vésperas do carnaval, os corpos artísticos da Fundação Clóvis Salgado dão início às festividades e reforçam a grandeza cultural dessa época, trazendo artistas, melodias e aspectos culturais que estão intimamente ligados à identidade brasileira. O repertório proporciona aos espectadores uma imersão pelos sons do carnaval, começando pelas aberturas com trechos de celebradas canções dos músicos Chico César, Elba Ramalho e Carlinhos Brown. As aberturas remetem aos momentos em que estes artistas se apresentaram no Sinfônica Pop, tradicional série da FCS em que músicos da MPB são convidados pela Orquestra Sinfônica de Minas Gerais para celebrar a música popular nacional e os ritmos afro-brasileiros.
André Brant, regente-assistente da OSMG e responsável pela condução das apresentações, afirma que, desta vez, a opção foi por escolher somente arranjos do compositor e pianista Fred Natalino, o que diferencia o repertório das outras ocasiões em que o concerto Esquentando os tamborins foi realizado, quando havia outras músicas, algumas inclusive eruditas.
Para esta retomada do tradicional concerto, os arranjos foram selecionados de modo que a temática do programa fosse exclusivamente popular brasileira, conta o maestro. “Não tem nenhuma música erudita. Na forma como esses arranjos foram escritos, utilizando todos os instrumentos da orquestra, há o modo de compor clássico. Apesar das melodias e das músicas serem populares, e do Fred extrair melodias desse lugar, o compositor escreve como se fosse uma obra clássica. Neste concerto também não teremos a presença de banda, que muitas vezes deixa o caráter da apresentação mais popular, mas dessa vez, somente instrumentos acústicos, então é uma mistura de música erudita com popular, o que torna, na minha opinião, muito mais interessante”, salienta.
E retomada é a palavra de ordem desta apresentação. O concerto Esquentando os tamborins aconteceu em 2019 e em 2020, logo antes do início da pandemia de COVID-19 no Brasil. Em 2023, o programa volta, simultaneamente ao retorno das comemorações de rua do carnaval em Belo Horizonte, que foram canceladas ou restritas nos últimos dois anos. “O último Esquentando os tamborins que fizemos aconteceu na última vez em que o carnaval ocorreu em Belo Horizonte. E o que torna ainda mais especial este concerto de agora é que ele vai ocorrer na semana que antecede o carnaval de BH propriamente dito, sobre o qual se diz que vai ser um dos maiores da história da cidade. Além de ter músicas que tradicionalmente estão conectadas com o carnaval, nós vamos ter um medley que se chama Quando o carnaval voltar, uma homenagem nossa, escrita pelo Fred Natalino, para alguns blocos de rua de BH. O público vai perceber os temas do Então, Brilha e do Mama na Vaca, por exemplo, alguns dos blocos mais tradicionais. Na época em que o Fred escreveu, a ideia era justamente fazer uma reflexão sobre quando e como seria essa volta. E agora este retorno vai acontecer”, destaca o maestro André Brant.
Após as aberturas, a quarta peça presente no repertório marca o início da reunião dos três corpos artísticos e da Escola de Samba. André Brant destaca a progressão de artistas que se juntarão à frente do público. “Nas três aberturas só a Orquestra toca. A partir da quarta música, entra o Coral, que fica até o fim. E logo depois, nas músicas finais, entra a Cia. de Dança. E vamos ter também a presença de alguns integrantes da Escola de Samba Canto da Alvorada. Então é interessante como esse concerto é uma crescente. A Orquestra começa, de repente vem o coro, depois a Cia. de Dança, agregando, sempre juntos, e no final ainda teremos a presença da Escola de Samba”, ressalta.
Considerada a maior Escola de Samba de Belo Horizonte, a agremiação Canto da Alvorada surgiu em 1979, tem sede no bairro Planalto, região Norte da cidade, e é, atualmente, aquela que detém o maior número de títulos, totalizando a marca de 17 vezes campeã do Carnaval de BH. Em outubro de 2021, ano em que o Palácio das Artes completou seu cinquentenário, a Fundação Clóvis Salgado (FCS) foi presenteada com o lançamento do samba-enredo A saga da cultura nos 50 anos de história dessa casa que é do povo, sempre regada de memórias em homenagem à instituição. Retribuindo a honraria, Fred Natalino compôs, com base no samba-enredo, o arranjo Canto da Alvorada, que encerra este concerto mais que especial. “Eu espero que o público compareça. Como eu disse, as músicas escolhidas são muito conhecidas, muito tradicionais, todos vão reconhecer. Teremos ainda esse medley Quando o carnaval voltar, que é uma homenagem aos blocos de rua, então todo mundo que tem costume de frequentar os blocos de rua de Belo Horizonte vai cantar junto. E nós temos a última música, Canto da Alvorada, que é uma homenagem a essa Escola de Samba, que vai desfilar também no carnaval, inclusive com integrantes da Cia. de Dança. Então eu acho que é um concerto completo, e que vai marcar o retorno do carnaval de rua aqui em Belo Horizonte”, promete o maestro André Brant.
Programa
1. Abertura Chico César
2. Abertura Elba Ramalho
3. Abertura Carlinhos Brown
4. Medley Carnavalesco
5. Quando o Carnaval voltar
6. Canto da Alvorada
Serviço
Data: 14 (terça-feira) a 15 de fevereiro (quarta-feira)
Horário: 12h
Local: Grande Teatro Cemig Palácio das Artes (Av. Afonso Pena, 1537, Centro, Belo Horizonte)
Classificação Indicativa: Livre
ENTRADA GRATUITA
Informações para o público: (31) 3236-7400
Foto: Paulo Lacerda