Cerimônia marca 20 anos de municipalização da SAE em Catalão
Evento aconteceu no início da manhã desta quarta.
A Superintendência de Água e Esgoto (SAE) completou na última segunda-feira, dia 20 de setembro, exatas duas décadas de municipalização em Catalão. Para marcar tão importante e histórico momento, uma cerimônia foi organizada e aconteceu no início da manhã de hoje (22), na sede da instituição. Autoridades políticas, representantes de entidades classistas, colaboradores e outros participaram.
Durante a solenidade que aconteceu respeitando todas as medidas de biossegurança em razão da pandemia do coronavírus, a trajetória da empresa responsável pelo fornecimento de serviços de saneamento básico (abastecimento de água, esgotamento sanitário) foi relembrada. O Superintendente da SAE, Rodrigo Margon, falou do quão já foi feito na cidade – em especial durante os últimos anos – e exaltou projetos importantes que serão executados daqui pra frente. “Muito já foi feito e mais ainda faremos. O Prefeito, inclusive acabou de anunciar e eu fico super feliz em saber que ele vai liberar um recurso pra gente construir o esgoto do bairro Pontal Norte. São 7 milhões de reais. Já fez até levantamento pra um bairro antigo, histórico, importantíssimo pra cidade de Catalão, do lado de lá da rodovia e só vai ser possível fazer esse esgoto porque fizemos investimentos recentemente na ETE (Estação de Tratamento de Esgoto), construímos uma tubulação passando por baixo da rodovia, ou seja, em breve o Pontal Norte estará sendo atendido assim como o Castelo Branco já é. Hoje a equipe da SAE está lá com recursos próprios e agora, com recursos cedidos pela Prefeitura, faremos ainda mais a começar pelo bairro Pontal Norte”, destacou Rodrigo.
O Prefeito de Catalão, Adib Elias, que foi o grande articulador e responsável pela municipalização, aproveitou para lembrar que há 20 anos a SAE é uma empresa que trabalha pela cidade e retorna todos os recursos arrecadados para a população local. “Na verdade, é isso: todo dinheiro da arrecadação de Catalão 99% eram levados todo mês para Goiânia e outros municípios. Hoje não. Hoje, mesmo a SAE estando pagando dívidas deixadas do outro governo estamos com mais de 5 milhões de reais no caixa que vão ser investidos dentro da cidade de Catalão e beneficiar somente a nossa gente. O que eu posso dizer é que além de tudo isso, é muito bom olhar e ver 250 filhos de Catalão, da região trabalhando dentro da SAE, coisa que não existia há 20 anos. É gratificante ver que em Catalão não passamos pela dificuldade de inúmeras cidades do estado que hoje mesmo estão sem água, como temos acompanhado. E melhor ainda é perceber nisso tudo o resultado do trabalho exaustivo do Rodrigo Margon com cada um dos funcionários, pois sem eles não conseguiríamos”, frisou Adib Elias.
Conheça a História (com informações/apoio Luís Estevam)
Neste 20 de setembro, a Superintendência de Água e Esgoto (SAE) comemora duas décadas de existência. A empresa, uma autarquia municipal, representa valioso patrimônio da comunidade e continua em fase de consolidação, principalmente na expansão do sistema de esgoto e no tratamento da água servida aos moradores.
Na verdade, Catalão está para completar meio século de água tratada residencial porque, antes da SAE, a cidade esteve, por 29 anos, sob responsabilidade estadual da Saneago.
Antes, porém, todas as iniciativas hidrossanitárias haviam sido realizadas em âmbito municipal e a busca de abastecimento de água e esgoto veio de longa data. Com rego d’água, cisterna e encanamento doméstico, Catalão foi construindo sua infraestrutura ao longo de décadas.
A cidade se formou no vale do Pirapitinga em função da água abundante e as primeiras ligações eram feitas através de regos d’água abertos pela própria comunidade. Somente quando a ocupação urbana se distanciou dos mananciais, vieram as cisternas. A corda, o sarilho e o poço se tornaram indispensáveis.
As primeiras ligações residenciais em Catalão se deram na década de 1930 em estabelecimentos mais próximos ao Pirapitinga. Em 1935, na gestão do prefeito Anísio Gomide, inaugurou-se um sistema de encanamento doméstico, embora bastante restrito e sem o necessário tratamento hídrico.
O problema é que, a água, não tratada convenientemente, representa uma fonte de doenças. A quantidade de iodo, por exemplo, pode ocasionar bócio na glândula tireoide, além de afetar a saúde infantil. Tanto que, antigamente inúmeros adultos ostentavam “papo” no pescoço e várias crianças faleciam antes dos sete anos de idade.
Na década de 1960, o prefeito Osark Leite projetou uma represa para tratamento, bem na nascente do Pirapitinga, abrindo uma extensão subterrânea de três quilômetros. Tais serviços foram continuados pelo sucessor Paulo Hummel que empreendeu, em curto período, inúmeras ligações hidrossanitárias residenciais.
Assim, até o final da década de 1960, na gestão de Leovil Evangelista e Bento Rodrigues de Paula, o serviço de água e esgoto em Catalão era de responsabilidade municipal.
Em 1972, o prefeito João Netto de Campos, no seu último ano de mandato, pretendeu que a Saneago viesse atuar em Catalão. A empresa havia sido criada em 1967 e dispunha de avançada tecnologia no tratamento hidrossanitário. Para tanto, João Netto, acompanhado pelo deputado Enio Pascoal, compareceu junto ao presidente da Saneago, Rubens Guerra, concedendo a necessária autorização. Desde então, o serviço funcionou quase três décadas em Catalão.
Na virada do século atual surgiram descontentamentos, por parte da comunidade catalana, com relação aos serviços prestados pela Saneago e pela Celg. Tais sentimentos foram largamente denunciados pelo vereador Carlos Salviano. Mas, pouco adiantavam os protestos. Mesmo porque, a Saneago tinha um plantão de quase vinte advogados em sua defesa.
Adib Elias Júnior, então deputado estadual, não se intimidou e alertava a Saneago, repetindo sempre que, “a água pertence ao município de Catalão” e não àquela empresa.
Não deu outra. Eleito prefeito, Adib Elias se recusou a assinar um projeto de ampliação local da Saneago e passou a reivindicar o direito de outorga da água e dos serviços de esgoto para o município. A questão foi parar nos tribunais, virou caso de jurisprudência, e o STJ deu ganho de causa a Catalão.
Graças à atitude assumida pelo prefeito Adib Elias, o município acabou construindo um patrimônio inestimável, adquirindo independência nos recursos hidrossanitários.
Assim, foi criada a SAE, em 2001, substituindo a Saneago na oferta de água tratada e no suprimento de esgoto municipal.
De lá para cá, inúmeros investimentos foram feitos na empresa. Inclusive, o represamento do ribeirão Pari, que passou a abastecer, junto com o Samambaia, a cidade de Catalão em 2018 com a instalação das adutoras durante o governo Adib Elias.
Hoje a SAE conta com mais de 43 mil ligações, incluindo Pires Belo e Santo Antônio do Rio Verde, e mantém cerca de 500 usuários com tarifa simbólica, criada para amparo de famílias carentes. A autarquia emprega 210 funcionários, além de menores aprendizes e estagiários.
Continua a busca de ampliação e consolidação da empresa. Na administração de Rodrigo Margon, cerca de 25 quilômetros de redes de esgoto foram finalizadas, com a recuperação de três mil calçadas, além da grande obra de renovação na estação de tratamento de esgoto. O superintendente também coordenou a finalização da barragem do Pari, com a duplicação das adutoras de água, amenizando o problema histórico de abastecimento no período da seca. Em termos financeiros, Rodrigo Margon conseguiu quitar mais de 4 milhões em dívidas com a Enel e fornecedores, pretendendo instalar energia solar na empresa, proporcionando uma economia mensal de quase 500 mil aos cofres da autarquia.
Outro projeto no setor, divulgado por Adib Elias, é a ampliação no sistema de tratamento da água originária do ribeirão Pari. O prefeito reconhece que aquela represa foi uma grande obra, mas que necessita do tratamento hídrico, assegurando a saúde dos moradores.
Dada a trajetória bem sucedida da SAE, vários prefeitos de Goiás e de outros estados têm visitado a empresa em busca de informações com respeito a sua criação e funcionamento. A ideia de que, “a água pertence ao município” ganhou novo alento em termos estaduais e municipais. (Luís Estevam)
ASCOM – Prefeitura de Catalão com apoio/informações Luís Estevam.