A Academia Catalana de Letras relembra que, Dona Rola e Joaquim de Araújo formaram um casal bem interessante, no início do século passado, em Catalão. Ele, um imigrante português, marceneiro de profissão e dono de alguns alqueires de terra. Ela, moça catalana de tradicional família, nascida e criada na fazenda Pé do Morro. Ele, morreu assassinado e virou nome de grupo escolar. Ela, de luto perpétuo, nunca mais comungou por não perdoar os assassinos do marido.
Os dois parecem ter sido muito felizes na casa em que moravam, posteriormente conhecida como Sobrado da Dona Rola.
Tudo começou com a imigração portuguesa para Catalão que, por incrível que pareça, não foi tão expressiva. Árabes, italianos e espanhóis vieram para cá em número...
A Academia Catalana de Letras relembra que, o principal cartão postal de Catalão é o Morrinho de São João, uma colina na entrada norte da cidade, com uma capelinha no alto. Todos os catalanos conhecem muito bem o lugar e olham, várias vezes por dia, para aquele cenário.
O que nem todos sabem é que, durante mais de um século, haviam povoado, vila e cidade de Catalão, mas não tinha igreja em cima daquele morro. Muitas gerações de catalanos não conheceram a capelinha, porque simplesmente ela não existia. No final do século XIX, três amigos, de nome "João", resolveram erguer uma igrejinha no morro, em homenagem a São João Batista: João de Cerqueira Netto, João Patriarcha e João Antônio de...
A Academia Catalana de Letras relembra que, alguns imigrantes estrangeiros gostaram tanto de Catalão que deixaram obras inestimáveis no município. Um deles foi o árabe Nasr Fayad, que construiu um sofisticado palacete, bem no centro da cidade, no início da década de 1930.
As primeiras levas de imigrantes, oriundos da Síria e do Líbano, vieram para o Brasil por volta de 1880. Com a implantação da ferrovia Mogiana, o movimento migratório ganhou o sentido de interiorização pelo país. Diferentemente de outras correntes, os sirio-libaneses não vieram para trabalhar em lavouras. Em sua maioria, começaram a vida como mascates e, com o tempo, se tornaram grandes varejistas e industriais.
No início do século passado, as colônias árabes de Anápolis e de Catalão...
A Academia Catalana de Letras ressalta que, o Crac é um dos símbolos inalienáveis da história de Catalão, seja como clube social, seja como time de futebol. Em programações festivas, na metade do século passado, o Crac fazia inveja aos maiores clubes sociais do estado. Como time de futebol se destacou em várias disputas regionais, até conseguir participar no campeonato goiano da primeira divisão.
Em 1967, a cidade de Catalão literalmente explodiu, quando a sua equipe ganhou o campeonato goiano. Foi considerada a maior e a mais longa comemoração popular de toda a região. A cidade, na época, era bem pequena, com ruas estreitas, a maioria absoluta sem calçamento. A economia do município estava estagnada, ainda sem a presença das...
A Academia Catalana de Letras ressalta que, Catalão montou um aparato de apoio à agropecuária, na década de 1980, inédito no país. Primeiro, a prefeitura implantou a disciplina Técnicas Agrícolas que foi incluída obrigatoriamente no currículo das escolas rurais do município. A iniciativa se deu em parceria com a Emater, que monitorou o seu conteúdo teórico e prático. Em seguida, o poder público criou a Escola Agrícola Municipal, voltada para apoio e incentivo aos jovens, interessados em trabalhar no campo, formando técnicos em agricultura e pecuária. Até então, os produtores rurais de Catalão ainda tinham uma mentalidade arraigada no conhecimento tradicional herdado de seus pais e avós.
Com o ensino de Técnicas Agrícolas e o funcionamento da Escola Agrícola, o...
A Academia Catalana de Letras recorda que, Catalão teve uma professora muito severa, respeitada e corajosa, que aqui viveu na primeira metade do século passado. Grande parte de seus alunos (médicos, advogados, professores, poetas e escritores) deixou registrada, de alguma forma, a imensa gratidão que tiveram com Dona Iayá. Hoje, o colégio com seu nome, na avenida São João, tem mais de 60 anos de funcionamento e faz parte do patrimônio histórico municipal.
Rosentina de Sant'Anna e Silva, a Dona Iayá, nasceu na antiga capital do estado, em 1891, tendo sido contemporânea de Cora Coralina. Era dois anos mais nova que a poetisa, mas devem ter feito juntas os estudos primários, pois Cora registrou lembranças da família de Rosentina, à...
A Academia Catalana de Letras ressalta que, a comunidade catalana sempre gostou de festas, tanto na cidade como na zona rural. Desde antigamente existiam no município - durante o ano todo - várias celebrações religiosas, algumas comemorações patrióticas e muitos bailes sociais.
O calendário festivo começava em 20 de janeiro com homenagens a São Sebastião em comemorações na zona rural do município. Logo após, vinha o carnaval na cidade, com o tradicional desfile de carroças alegóricas, acompanhadas de perto pelas bandas de música. Após a Páscoa, ocorriam as quadrilhas juninas no Largo da Velha Matriz, durante todo o mês com Santo Antônio, São João e São Pedro sendo homenageados.
Em 15 de agosto, os moradores celebravam N.S. da Abadia, com longas...
A Academia Catalana de Letras ressalta que, algumas pessoas de origem mais humilde, marcaram a história de Catalão de uma maneira muito peculiar. Uma delas foi o Sapo, morador da antiga Rua do Pio, que viveu na metade do século passado. Na época, a Rua do Pio não era bem uma rua, mas um aglomerado de pequenas casas habitadas por operários. O local ganhou esse nome porque, Pio Gomes da Silva, vereador e cerealista, tinha sua residência e comércio bem na entrada do bairro, servindo de referência para transeuntes e moradores.
A bem da verdade, o Sapo não era catalano de nascimento. Viera de uma pequena cidade da Bahia, chamada Beija-Flor, acompanhando seus pais em busca de novas oportunidades de...
A Academia Catalana de Letras recorda que, os transportes urbanos de Catalão, desde antigamente, estiveram concentrados no Largo da Estação ferroviária. Ali, primeiro estacionavam os carros de boi, principalmente na década de 1930, quando estiveram proibidos de circular pelo centro da cidade. Eram veículos pesados que deixavam profundos sulcos nas ruas estreitas de Catalão além do excremento bovino. Por isso, eram sempre monitorados. Inclusive, na gestão do prefeito Publio de Souza, os carros de boi estiveram sujeitos a emplacamento e ao pagamento de um imposto de circulação.
Depois da metade do século, os carroções e as carroças mais leves tomaram conta do Largo da Estação. O fluxo de mercadorias transportadas pelo trem praticamente dobrou com a implantação de um novo...
A Academia Catalana de Letras revela que, o município de Corumbaíba situa-se na junção de dois rios: Corumbá e Paranaíba. Daí o nome da cidade, que pertenceu a Catalão por algumas décadas e onde residiu, no final da vida, o escritor Ricardo Paranhos.
Tudo começou em 1884, quando uma família de paulistas, proprietária da fazenda Arrependidos, doou enorme gleba de terra para formar um patrimônio, bem próximo ao encontro dos rios Corumbá e Paranaíba. A localidade ganhou o nome de Arraial Novo dos Paulistas e elegeu como padroeiro, com capela erguida, o Bom Jesus da Cana Verde. O arraial, em 1905, foi elevado à categoria de vila com outro nome: Vila Xavier de Almeida. Isto porque, Xavier era um conhecido...