A Academia Catalana de Letras tem observado que, na narrativa histórica tradicional, o espaço reservado a mulher é bastante limitado. Em função da perspectiva masculina, resta somente ao mundo feminino o papel de esposa, participante apenas indireta dos acontecimentos. Ao homem, geralmente cabem iniciativas políticas, econômicas e sociais. À mulher competem tarefas domésticas, obrigações com os filhos, além dos serviços de caráter religioso.
Na contramão dessa perspectiva, vale a pena resgatar a vida de algumas mulheres que, cada uma a seu modo, merecem destaque na história de Catalão. Pode-se começar, por exemplo, com Rita Paranhos Bretas e com Dilena Sampaio.
A primeira, viúva aos 25 anos de idade, levou uma vida de trabalho rotineiro, grande esforço e preocupações. Foi porteira servente...
Quero, quando eu morrer, ser sepultado
lá no cimo do monte,
ao pé da grande cruz defronte
da capelinha,
onde me declaraste, em tom de mágoa e dor,
que apesar de ser por todos execrado
o nosso amor,
tu me juravas que serias minha...
Foi isto, eu bem me lembro, numa tarde triste
de novembro.
O que juraste, tu cumpriste...
Eu quero agora,
que jures mais e o faças sem demora,
porque tal jura me é também mui necessária:
- que irás, quando eu morrer,
soltar as tranças cor da noite escura,
orar, ao anoitecer,
à luz roxa do horizonte,
sobre a minha solitária sepultura,
No cimo lá do monte...
Dentro do frio leito,
quando te ouvir gemer e soluçar,
talvez eu sinta o coração, mesmo desfeito,
por ti mais forte ainda palpitar...
(Recebido via Luís Estevam)
Foto: Rogério Garcia
BLOG DA MAYSA ABRÃO TEM...
Ao pé do lindo Morro da Saudade,
que fica apenas
a um quilômetro distante,
num fresco e extenso vale verdejante,
entre amenas
e esmeraldinas
colinas
estende-se a cidade.
Visto de longe, especialmente cedo,
o casario
branco entre o arvoredo
basto e sombrio,
dá uma impressão exata
de que a cidade, centro
e extremidades, está toda dentro
de uma cerrada e viridente mata.
Que amenidade de clima!
De que maravilhoso panorama
não goza a vista, quando lá de cima
do monte, que é o mais belo adorno
dessa terra, se derrama
pela vastidão em torno!
Para as bandas do Sul,
serranias afastadas,
semelhantes a fitas desdobradas,
de um lindo azul...
Do lado oposto
Vastas Campinas cor de esmeralda,
que até mesmo em pleno agosto,
setembro
e outubro,
quando o sol se torna rubro
e mais escalda,
conservam sempre a mesma linda cor.
Digo com todo orgulho que meu peito encerra:
não há lugar, aqui no...
A Academia Catalana de Letras observa que, o alto do Morrinho de São João está muito tristonho. A paisagem que se apresenta, lá de cima, é de uma cidade deserta, melancólica e silenciosa. O barulho e o dinamismo das ruas e avenidas desapareceram. Até o latido dos cães e a cantiga dos galos provocam imensa nostalgia.
Poucas vezes na história, Catalão apresentou um cenário tão inesperadamente ruim. Antigamente, quando alguma danação ameaçava a cidade, os moradores caminhavam unidos, em procissão, rumo ao alto do morro, implorando a Deus o fim da tragédia. Fosse uma seca prolongada que assolasse a região, ou uma peste que ameaçasse as crianças do lugar, ou um excesso de chuvas que inundasse o vale, a...
A Academia Catalana de Letras relembra que, o casamento entre um menino de 7 anos e uma menina de 5 anos de idade, deu origem à Fazenda dos Casados em Catalão. No começo, a fazenda era uma grande sesmaria que foi sendo dividida entre os filhos, dando origem às famílias Mariano e Calaça, tradicionais no município. Naquelas paragens, foi encontrada a Cruz do Anhanguera, em 1914, perto de uma das sedes da Fazenda dos Casados.
A história teve início nos tempos da monarquia, quando casamento oficializado, na lei e na igreja, era novidade pelo interior do país. Geralmente os casais se juntavam e "viviam maritalmente", principalmente os que moravam em lugares ermos e mais distantes. Somente quando aparecia algum padre,...
A Academia Catalana de Letras recorda que, o poder em Catalão, durante quase um século, foi exercido pelos coronéis. Na sua maioria, homens sérios e de boa conduta que fizeram o nome da cidade ser respeitado em todo o Triângulo Mineiro e nos demais municípios de Goiás. Na época da velha república, os coronéis comandaram os destinos de Catalão, cada um a seu modo, ocupando lugar privilegiado na memória dos habitantes da região. Os mais conhecidos foram: José Maria Ayres, Antonio Paranhos, Isaac da Cunha, Salomão de Paiva Rezende, João de Cerqueira Netto, Pedro Ayres, Augusto Netto Carneiro, Alfredo Paranhos, Bento Xavier Garcia, Augusto Pimentel Paranhos e José Netto Carneiro, entre outros.
Mas, Catalão virou cidade antes da República Velha,...
A Academia Catalana de Letras recorda que, Goiânia começou a ser construída em 1934 e, somente 50 anos depois, foi asfaltada a estrada de Catalão até a capital. O fato representou um momento ímpar com impactos em toda a região sudeste que estava, até então, mais ligada ao Triângulo Mineiro do que ao próprio estado de Goiás. Na verdade, a região esteve marginalizada por um inexplicável esquecimento por parte dos governos estaduais. Catalão situava-se numa espécie de cotovelo isolado do restante do estado.
A redenção veio com a pavimentação asfáltica, em 1984, e com as alterações feitas no novo trajeto de ligação Catalão-Goiânia. A medida beneficiou uma vasta região de atividades agropastoris, comércio e indústrias de mineração. Com a nova...
A Academia Catalana de Letras relembra, mais uma vez, que o primeiro nome de Ouvidor foi Catuaba. Os moradores antigos de Catalão costumavam colher a planta, naquela localidade, para fazer misturas e infusões, na ânsia de conservar a virilidade.
Ouvidor é uma cidade nova, a filha mais próxima de Catalão, tão próxima que logo irá se confundir com os nossos bairros mais distantes.
Antigamente, antes de existir a estrada de ferro da Rede Mineira de Viação, que fazia o percurso até Belo Horizonte (Catalão- Ouvidor - Três Ranchos - Patrocínio - Divinópolis), praticamente não existia nada naquele planalto onde hoje está Ouvidor. Tinha apenas um vasto cerrado, coberto pela variedade de uma planta chamada Catuaba.
Por isso, o primeiro nome de...
A Academia Catalana de Letras recorda, com nostalgia, que Catalão surgiu dentro de um vale muito bonito, no fundo do qual corria bravamente o ribeirão Pirapitinga. Os primeiros moradores devem ter se encantado com o relevo do local, não só pelo córrego, mas também pelas duas elevações estrategicamente colocadas pela natureza, uma ao norte e outra ao sul, batizadas de Morro da Saudade e Morro das Três Cruzes.
Nesse belo cenário, viveram muitas gerações.
Durante mais de dois séculos, ranchos, casas de adobe e sobrados foram surgindo paralelas ao ribeirão formando o povoado, o arraial, a vila e a cidade do Catalão.
O Pirapitinga era o centro de tudo e pelo seu leito escorria a história de cada geração que habitou o...
A Academia Catalana de Letras recorda que, Catalão resolveu investir na formação educacional dos jovens menos favorecidos construindo, no início da década de 1960, o Colégio Estadual João Netto de Campos. Até então, somente os estudantes mais abastados podiam arcar com mensalidades em curso secundário. A maioria dos alunos, ao terminar o curso primário, era obrigada a dar por encerrada a sua etapa estudantil.
Na época, Catalão tinha cinco grupos escolares, além dos cursos equivalentes mantidos pelos padres franciscanos e pelas madres agostinianas. Era grande o número de concluintes do primário de ambos os sexos. Porém, centenas deles não ingressavam na etapa secundária por falta de escola gratuita. Ou seja, a cidade carecia de um colégio ginasial misto, público e...