Academia Catalana de Letras observa que, a história política de Catalão pode ser vista através de dois eixos fundamentais: o tempo do autoritarismo e o tempo da democracia. O primeiro durou mais de um século, de 1830 a 1947. A democracia, por sua vez, está completando pouco mais de 70 anos, de 1947 a 2020.
Entretanto, tudo não aconteceu de forma linear. O período do autoritarismo atravessou diferentes etapas ao longo dos anos. Catalão experimentou um autoritarismo pleno que durou de 1830 a 1860, um autoritarismo institucional de 1860 a 1910, um autoritarismo fortemente de timbre pessoal de 1910 a 1930 e um autoritarismo institucional, porém ainda mesclado por traços de violência pessoal, no período de 1930 a 1947.
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A Academia Catalana de Letras recorda que, há 99 anos, cinco freiras agostinianas iniciaram a educação de moças em Catalão, fundando o Colégio Mãe de Deus. De lá para cá, sem interrupção nos trabalhos, a instituição esteve presente na formação educacional de praticamente toda a sociedade catalana.
A sobrevida do Colégio Mãe de Deus, desde 1921, constitui um dos maiores orgulhos de Catalão. Quantos empreendimentos industriais e comerciais que surgiram na mesma época, ou mesmo depois, não existem mais? Quantos clubes, instituições, entidades e órgãos de imprensa foram criados e hoje restam somente nos registros históricos do município?
A verdade é que, no silêncio e na solidão dos seus muros, o Colégio Mãe de Deus nunca perdeu o antigo vigor. O...
A Academia Catalana de Letras relembra que, Ademar Ferrugem é nome de rua em Catalão e também em Goiânia.
O que poucos sabem, no entanto, é que esse soldado catalano passou por momentos muito difíceis em terras italianas, antes de receber o tiro de fuzil que o eliminou na II Guerra Mundial.
Em dezembro de 1944, enfrentando o vento gelado do inverno europeu, sob um frio de 18 graus negativos, Ademar Ferrugem permaneceu por vários dias em uma trincheira, recebendo descargas de fuzis noite e dia, ao lado de um companheiro de Mogi das Cruzes - SP. Para sobreviver tinham que buscar água e comida de madrugada, debaixo de um cerrado bombardeio inimigo.
O seu colega paulista sobreviveu para contar a triste...
A Academia Catalana de Letras recorda que Catalão também teve o seu sanfoneiro famoso. Não se chamava Luiz Gonzaga, mas quase, Luiz Gouveia. Ele fez tanto sucesso junto ao povo mais simples, que acabou dando nome a um lugar bem afastado da cidade: a Boca da Onça.
No seu bar, onde promovia pagodes nos finais de semana, haviam pintado, na parede externa, o desenho de uma enorme onça com a boca aberta. Nos arredores foram se formando pequenos inferninhos e o local, durante um tempo, passou a ser evitado pelas famílias de bem de Catalão. A Boca da Onça foi lugar de bebedeiras e festinhas à noite. Era bastante frequentada pela rapaziada mais simples e alguns inveterados boêmios da cidade.
Nas...
A Academia Catalana de Letras recorda que, a comunidade baiana de Catalão demonstrou forte presença e deixou marcas inapagáveis na memória da cidade. Tanto que, as duas maiores avenidas comerciais de Catalão levam o nome de dois migrantes da Bahia: Av. José Marcelino e Av. Dr. Lamartine.
Não se trata meramente de homenagens gratuitas. O baiano José Marcelino ergueu uma ponte sobre o rio São Marcos, em 1953, que até hoje sustenta o trânsito de quem se dirige a Davinópolis.
O baiano Dr. Lamartine formou-se em medicina em 1940, no Rio de Janeiro e, em 1949, já estava em Catalão discutindo a fundação de uma Santa Casa de Misericórdia para os moradores.
Vale a pena reviver o passado.
José Marcelino nasceu no município...
A Academia Catalana de Letras recorda que, nesta semana completam 84 anos que o fazendeiro Albino Felipe foi morto de tocaia e, até hoje, não se comprovou a autoria e tampouco o mandante do crime.
Evidente que o processo prescreveu, mas não existem, na história da violência em Catalão, episódios mais comentados do que os assassinatos de Albino Felipe Nascimento e de Antero da Costa Carvalho. Um se deu em consequência do outro no curto prazo de dois meses.
Antero, natural de Jataí, aqui chegou em 1932, acompanhando sua mulher que tinha família residente em Catalão. Como prático de farmácia, rapidamente se integrou aos meios políticos e sociais, ganhando amizade e respeito dos moradores.
Albino Felipe, por sua vez, era um fazendeiro...
A Academia Catalana de Letras recorda que, na metade do século passado existiu em Catalão uma empresária bem sucedida, que trabalhou muito para que o seu negócio prosperasse. Inclusive, o seu estabelecimento ficou famoso até mesmo nas cidades da redondeza de onde vinha numerosa clientela.
Era uma pessoa rígida e severa, mas bastante generosa. Ajudava financeiramente não só os inúmeros parentes como também as mulheres que frequentavam a sua casa e que porventura estivessem em necessidade.
Dizem que era muito bonita. Tanto que, um conhecido industrial de Catalão construiu para ela uma linda casa onde ela montou o seu bordel.
Seu nome era Maria Fernandes, proprietária do mais famoso cabaré de Catalão. Um nome respeitado, que adquiriu confiança e credibilidade nos melhores...
A Academia Catalana de Letras relembra que, antigamente existia uma dissimulada competição entre Ipameri e Catalão. Tanto que, por muito tempo as duas comunidades seguiram rumos diferentes na economia e na política. Mesmo em termos sociais era como se existisse uma linha divisória. Ipameri esteve voltada para a região central de Goiás (Formosa, Anápolis e Cristalina) e Catalão mais ligada ao Triângulo Mineiro (Araguari, Bagagem e Araxá).
Catalão sempre carregou o mesmo nome, seja como arraial, vila ou cidade. Ipameri, por sua vez, nunca teve um nome definido e sim uma referência de localização. Nasceu com o apelido Vai-Vem e mais tarde virou cidade com o nome de Entre-Rios. Décadas depois de emancipada, resolveram trocar sua denominação para Ipameri que,...
A Academia Catalana de Letras recorda que, se existiu um lugar em Catalão que nunca teve o merecido descanso foi o Córrego do Almoço. Daqui a dois anos, irão completar 300 anos que os moradores utilizam do seu minguado curso d'água, para as mais diversas finalidades, sequer reconhecendo que ali foi lançada a semente que deu origem a esta bela cidade.
Primeiro, o córrego serviu para saciar a sede dos companheiros do Anhanguera, refazendo o ânimo dos expedicionários para prosseguir viagem à procura de ouro. Depois, como reza a tradição, o manancial esteve nos limites da propriedade fundada pelo imigrante pioneiro no Sítio do Catalão. Quase um século após, esteve inserido no terreno doado por um fazendeiro para criar a...
A Academia Catalana de Letras recorda que, durante mais de um século, a vida dos habitantes de Catalão se resumia ao mundo rural. Os costumes eram estranhos para o homem da cidade. Para chegar na porta de uma fazenda, por exemplo, o visitante era obrigado a tocar o gado no pátio ou passar por cima das reses deitadas na entrada da casa. Não era desleixo do fazendeiro mas fazia parte de uma velha tradição herdada das sesmarias.
A matriz social de Catalão é bem definida. Até o início do século passado, a vida rural era predominante no município. Quase ninguém tinha o costume de ir regularmente à cidade. Somente após a década de 1920, as relações urbanas foram se sobrepondo...