A Academia Catalana de Letras relembra que, Ademar Ferrugem é nome de rua em Catalão e também em Goiânia.
O que poucos sabem, no entanto, é que esse soldado catalano passou por momentos muito difíceis em terras italianas, antes de receber o tiro de fuzil que o eliminou na II Guerra Mundial.
Em dezembro de 1944, enfrentando o vento gelado do inverno europeu, sob um frio de 18 graus negativos, Ademar Ferrugem permaneceu por vários dias em uma trincheira, recebendo descargas de fuzis noite e dia, ao lado de um companheiro de Mogi das Cruzes - SP. Para sobreviver tinham que buscar água e comida de madrugada, debaixo de um cerrado bombardeio inimigo.
O seu colega paulista sobreviveu para contar a triste...
A Academia Catalana de Letras recorda que Catalão também teve o seu sanfoneiro famoso. Não se chamava Luiz Gonzaga, mas quase, Luiz Gouveia. Ele fez tanto sucesso junto ao povo mais simples, que acabou dando nome a um lugar bem afastado da cidade: a Boca da Onça.
No seu bar, onde promovia pagodes nos finais de semana, haviam pintado, na parede externa, o desenho de uma enorme onça com a boca aberta. Nos arredores foram se formando pequenos inferninhos e o local, durante um tempo, passou a ser evitado pelas famílias de bem de Catalão. A Boca da Onça foi lugar de bebedeiras e festinhas à noite. Era bastante frequentada pela rapaziada mais simples e alguns inveterados boêmios da cidade.
Nas...
A Academia Catalana de Letras recorda que, a comunidade baiana de Catalão demonstrou forte presença e deixou marcas inapagáveis na memória da cidade. Tanto que, as duas maiores avenidas comerciais de Catalão levam o nome de dois migrantes da Bahia: Av. José Marcelino e Av. Dr. Lamartine.
Não se trata meramente de homenagens gratuitas. O baiano José Marcelino ergueu uma ponte sobre o rio São Marcos, em 1953, que até hoje sustenta o trânsito de quem se dirige a Davinópolis.
O baiano Dr. Lamartine formou-se em medicina em 1940, no Rio de Janeiro e, em 1949, já estava em Catalão discutindo a fundação de uma Santa Casa de Misericórdia para os moradores.
Vale a pena reviver o passado.
José Marcelino nasceu no município...
A Academia Catalana de Letras recorda que, nesta semana completam 84 anos que o fazendeiro Albino Felipe foi morto de tocaia e, até hoje, não se comprovou a autoria e tampouco o mandante do crime.
Evidente que o processo prescreveu, mas não existem, na história da violência em Catalão, episódios mais comentados do que os assassinatos de Albino Felipe Nascimento e de Antero da Costa Carvalho. Um se deu em consequência do outro no curto prazo de dois meses.
Antero, natural de Jataí, aqui chegou em 1932, acompanhando sua mulher que tinha família residente em Catalão. Como prático de farmácia, rapidamente se integrou aos meios políticos e sociais, ganhando amizade e respeito dos moradores.
Albino Felipe, por sua vez, era um fazendeiro...
A Academia Catalana de Letras recorda que, na metade do século passado existiu em Catalão uma empresária bem sucedida, que trabalhou muito para que o seu negócio prosperasse. Inclusive, o seu estabelecimento ficou famoso até mesmo nas cidades da redondeza de onde vinha numerosa clientela.
Era uma pessoa rígida e severa, mas bastante generosa. Ajudava financeiramente não só os inúmeros parentes como também as mulheres que frequentavam a sua casa e que porventura estivessem em necessidade.
Dizem que era muito bonita. Tanto que, um conhecido industrial de Catalão construiu para ela uma linda casa onde ela montou o seu bordel.
Seu nome era Maria Fernandes, proprietária do mais famoso cabaré de Catalão. Um nome respeitado, que adquiriu confiança e credibilidade nos melhores...
A Academia Catalana de Letras relembra que, antigamente existia uma dissimulada competição entre Ipameri e Catalão. Tanto que, por muito tempo as duas comunidades seguiram rumos diferentes na economia e na política. Mesmo em termos sociais era como se existisse uma linha divisória. Ipameri esteve voltada para a região central de Goiás (Formosa, Anápolis e Cristalina) e Catalão mais ligada ao Triângulo Mineiro (Araguari, Bagagem e Araxá).
Catalão sempre carregou o mesmo nome, seja como arraial, vila ou cidade. Ipameri, por sua vez, nunca teve um nome definido e sim uma referência de localização. Nasceu com o apelido Vai-Vem e mais tarde virou cidade com o nome de Entre-Rios. Décadas depois de emancipada, resolveram trocar sua denominação para Ipameri que,...
A Academia Catalana de Letras recorda que, se existiu um lugar em Catalão que nunca teve o merecido descanso foi o Córrego do Almoço. Daqui a dois anos, irão completar 300 anos que os moradores utilizam do seu minguado curso d'água, para as mais diversas finalidades, sequer reconhecendo que ali foi lançada a semente que deu origem a esta bela cidade.
Primeiro, o córrego serviu para saciar a sede dos companheiros do Anhanguera, refazendo o ânimo dos expedicionários para prosseguir viagem à procura de ouro. Depois, como reza a tradição, o manancial esteve nos limites da propriedade fundada pelo imigrante pioneiro no Sítio do Catalão. Quase um século após, esteve inserido no terreno doado por um fazendeiro para criar a...
A Academia Catalana de Letras recorda que, durante mais de um século, a vida dos habitantes de Catalão se resumia ao mundo rural. Os costumes eram estranhos para o homem da cidade. Para chegar na porta de uma fazenda, por exemplo, o visitante era obrigado a tocar o gado no pátio ou passar por cima das reses deitadas na entrada da casa. Não era desleixo do fazendeiro mas fazia parte de uma velha tradição herdada das sesmarias.
A matriz social de Catalão é bem definida. Até o início do século passado, a vida rural era predominante no município. Quase ninguém tinha o costume de ir regularmente à cidade. Somente após a década de 1920, as relações urbanas foram se sobrepondo...
A Academia Catalana de Letras relembra que, a Santa Casa de Misericórdia foi o maior presente que Catalão ganhou por ocasião do centenário da cidade. Depois de 10 anos em construção, o hospital foi entregue à população em 20 de agosto de 1959 estando, desde então, em funcionamento. Fruto do idealismo, da generosidade e da caridade de muitos, a instituição completa 71 anos de fundação e 61 anos de atendimento aos moradores da região.
Até a metade do século passado, o atendimento médico hospitalar dos catalanos era feito em Araguari-MG. Catalão não tinha hospital e era grande o sofrimento dos moradores. Mesmo quando se conseguia transporte para o enfermo, a viagem era dolorosa. De carro, até Araguari, o tempo de...
A Academia Catalana de Letras relembra que, um jornalista vilaboense, para sair com vida de Catalão, teve que fugir enrolado em um colchão e colocado num vagão de carga da estrada de ferro. Tamanha era a hostilidade do ambiente para com órgãos de imprensa que contrariassem os chefes políticos de antigamente.
O nome do vilaboense era Moisés Santana, assassinado na redação do jornal "Lavoura e Comércio" de Uberaba, poucos anos depois de sua espetacular fuga de Catalão.
Os jornais do interior, no início do século passado, tinham vida curta. Suas matérias eram carregadas de emoção e suas posições eram fortemente politico-partidárias. Serviam para atender os ideais de exibição pessoal de chefes políticos ou então, pelo contrário, para manter uma posição de...