Em Catalão havia um clube social, denominado Clube Recreativo e Atlético Catalano (CRAC), que era frequentado apenas pelas pessoas mais abastadas da cidade, a chamada nata da sociedade. Era conhecido também como Clube dos ricos.
Os operários não podiam entrar no clube. Apresentavam propostas por escrito para se associarem, mas estas não eram aceitas. A turma de operários, da qual eu era o mais velho, desejando frequentar também um clube, há muito tempo, tentava encontrar um espaço onde pudesse se reunir, dançar, festejar e namorar as moças de bem.
Como a Diretoria do CRAC nem se manifestava favorável, resolvi procurar o Prefeito, João Netto de Campos:
- Prefeito, nós não temos um clube pra dançar... O CRAC não aceita nossa proposta de...
Considerado cartão postal do Catalão, o Edifício dos Faiad é um dos mais importantes lugares históricos da nossa cidade. Localizado na Avenida 20 de Agosto, antiga Rua do Comércio, o estilo arquitetônico chama a atenção de muitos moradores e visitantes.
Inaugurado no ano de 1934, a construção imponente é na verdade um excelente exemplo da arquitetura eclética em Catalão, uma vez que, quase todas as residências construídas naquela época já vieram ao chão.
O Palacete, como é chamado por muitos, ganhou o nome da família que encomendou sua construção e o tornou exuberante. Construído em dois andares, as paredes e tetos são ricamente decorados por maravilhosas pinturas do artista Etore Clerice, que desenhou tudo á mão e veio da Europa especialmente para...
No Cárcere
Das grades deste cárcere maldito
Os dias lentamente vão passando
E a tristeza que vem n´alma pulsando
No peito um coração que bate aflito
Anthero da Costa Carvalho
Na década de 1930, chegou a Catalão Anthero da Costa Carvalho, poeta, farmacêutico, natural de Jataí - GO. Nesta cidade, em pouco tempo, conquistou o prestígio da população e fez muitos amigos. Era visto como um homem caridoso. Atendia gratuitamente àqueles de menor poder aquisitivo e, inúmeras vezes, socorreu pessoas e crianças à beira da morte, salvando-lhes a vida.
Anthero vivia feliz com Amélia e seus dois enteados, tinha uma farmácia local, onde com muita dedicação, trabalhava. Ao mesmo tempo, expandia seus negócios, participava da vida social da cidade, com carisma e educação tratava a...
Corria o ano de 1858, um ano antes de o Catalão ser cidade, e o farmacêutico Francisco Victor Rodrigues, o Chiquinho Manco, fundava a Farmácia Felicidade, naquela época, “Botica” Felicidade.
Há 158 anos no mesmo local, é talvez a, ou uma das Farmácias mais antigas do Estado (em existência continua) e ganhou esse nome em homenagem a esposa de Chiquinho Manco, d. Felicidade da Silveira Rodrigues, a Dadinha.
Pertenceu a vários membros da família como: 1º (Chico Manco), 2º Alceu Victor Rodrigues (filho de Chico Manco), 3º Christiano Victor Rodrigues (filho de Chico Manco), 4º José Victor Rodrigues (neto de Chico Manco), 5º João Netto de Campos II (sobrinho de Chico Manco), vindo a ser de Oscar Lopes de Faria e...
Catalão tem seus encantos, suas histórias, suas memórias e muitos personagens alguns ilustres por fazerem parte da história oficial e outros tantos anônimos que fincaram suas raízes na cidade, constituíram famílias e fizeram história na contramão das narrativas que recontam uma única cidade. Sou reflexo desse turbilhão de narrativas que reconstituem diversas histórias por meio das recordações extraídas do fundo das recordações de quem é catalano e pode experimentar a cidade para além do que se tem materializado na história local.
Catalão pode ser relida para além do concreto, do vidro, do asfalto e das suas riquezas minerais. É possível descortinar muitas outras histórias vividas e partilhadas por sujeitos anônimos que retroalimentaram as fendas do progresso trincando a dureza do...
Em 20 de agosto de 1959, o respeitável jornal Gazeta do Triângulo, de Araguari, Minas Gerais, lançou um caderno especial denominado – Salve o Centenário de Catalão! – Neste caderno, Aguinaldo Campos Netto faz uma homenagem aos poetas que aqui passaram.
Ao ensêjo das comemorações do 1º Centenário da cidade de Catalão, surgiu-nos também a lembrança de incluir uma homenagem justa e merecida aquôles que enriqueceram as nossas letras no campo da poesia.
Pois é bastante consolador, para nós catalanos, podermos contar com algumas dezenas de poetas que aqui viveram e encontraram a inspiração nas nossas paisagens, em nosso povo, naquilo que enfim resume a “verve” do poeta.
Catalão está assim de parabéns, pelos valores literários que hoje pode apresentar,...
O morro das Três Cruzes, onde hoje se encontra instalado o Terminal Rodoviário, cercado de residências por todos os lados e com seu cume achatado por máquinas de terraplanagem, tinha, à sua frente, três cruzes metálicas revestidas de vidro, voltadas para a cidade e devidamente iluminadas. Foi outrora uma colina deserta, assentada em campo completamente despovoada e bem distante do centro da cidade de Catalão, que, nas primeiras décadas deste século, se agrupava apenas às margens do ribeirão Pirapitinga.
Existia em cima do morro uma pequena necrópole denominada Cemitério dos Anjos, destinada ao sepultamento de crianças, sobretudo pagãs, que morriam, muitas vezes sem nomes e sem sacramentos.
Contam os antigos que, no tempo em que era vigário da paroquia...
Pioneiros não morrem. A raiz que João Netto de Campos lançou em terras catalanas sobrevive - nos filhos, sobrinhos, parentes e nettos naturais. Sobrevive também naqueles nascidos do sangue político que corre nas veias. Da admiração pela história daquele que a escreveu e atuou com bravura, deixando memórias e conquistas como herança, comum aos vencedores. (Deise Pasquarelli)
“Povo meu, gente minha”...
Autodidata, Fazendeiro e Agropecuarista, filho de Mário de Cerqueira Netto (Inhozico) e Juvenília de Campos Netto, casou-se com Maria Isabel de Mendonça Netto, com quem constituiu família – Mário Mendonça Netto (Deputado Estadual, 1955-1959, in memorian), Yedda, Álvaro (in memorian) e Marly.
Iniciou a vida política aos 35 anos. Foi Prefeito Municipal de Catalão (PSB - 1948-1950); Deputado Estadual...
DONA IAIÁ
Era Dona Iaiá para os catalanos, para mim simplesmente a vovó Iaiá, responsável, com seus causos, memórias e modinhas, por ter esta goiana que lhes escreve, embora criada longe de sua terra natal, permanecido ligada ao seu estado e suas coisas, e guardar em seu coração um lugar especial para Catalão, onde passei algumas férias inesquecíveis.
Rosentina de Santana e Silva – a Dona Iaiá – nasceu na cidade de Goiás, em 1891, filha de Bárbara Augusta de Pádua Fleury e de Joaquim Augusto de Sant´Anna. Bárbara, mais conhecida como Bita, e Joaquim viviam em casa modesta, porém uma das mais alegres da velha capital.
"Sobre o antigo canapé de palhinha da sala de jantar um violão afinado....
Minha avó Iaiá, mãe de meu pai, era extremamente religiosa. Católica fervorosa, praticava ao pé da letra o “não julgueis para não serdes julgados”. Se era severa e exigente consigo mesma em relação à observação dos mandamentos, era misericordiosa para com os que não agiam como ela. Só a Deus competia julgar, dizia.
Morava em Goiás, na cidade de Catalão, à época com cerca de 5 ou 6 mil habitantes. Quem conhece a fundo essas cidadezinhas sabe como seus moradores são impiedosos com os pecadores, sobretudo as pecadoras.
Pois havia em Catalão uma senhora que todos diziam trair o marido, que costumava viajar com frequência a negócios. Na ausência dele, muitos, ao passarem sob a janela da referida senhora, diziam...