Aredio Teixeira Duarte – COLIBRI CATALANO
É setembro final de inverno. O tempo é de secura e calor, mas ao mesmo tempo de flores colorindo o nosso cerrado. Naquele arraial dos coqueiros, zona rural de Catalão, em17 de setembro de 1935, florescia a vida de Arédio Teixeira Duarte. Filho de Joaquim Dias Duarte e de Joaquina Maria Duarte. Oriundo de uma família tradicional de cinco irmãos: Astério Duarte, Maria Natividade Duarte, Mirtes Duarte, Aldair Duarte e José Maurício Duarte. Pedacinhos de sua vida, que o orgulha em trazer consigo, na busca de sua primavera inspiradora e desafiadora.
Conecta ações simples do tempo de juventude. Enxerga através da luz da lamparina, filhos a dizerem: bença pai, bença mãe! Mães que dizem: vai com Deus meu filho! Traz recordações no peito, do cheiro de café torrado no fogão a lenha, no galope no lombo de um cavalo, no escutar da rádio a voz do Brasil, no participar das serenatas com violas, bandolim, violino e vozes saudando o amor, no dormir sob a luz do luar diante de um céu salpicado de estrelas azuis e brancas… São lembranças da sua história, que ficou para trás, porque o encanto aconteceu.
Arédio, ainda jovem, oferta a Deus, seu pai e um irmão. Veio a necessidade da responsabilidade, ainda cedo. Corajoso deixa a luz saltitar do seu coração. Busca seus desígnios. Homem íntegro, simples, das terras dos Coqueiros, deixa sua luz ascender outras vidas. Suas mãos plantaram sonhos, seus braços alçaram novos ideais, suas pernas levaram segurança, seu corpo vibrar diante das conquistas… Um lindo COLIBRI catalano alçando vôo.
Leva no seu voo um saber popular com letras recheadas de sons. Galga caminhos, atravessa mares , adquire conhecimentos científicos. Se torna homem das letras, da política, da advocacia e da administração. Deixa o amor dos seus entoar sua vida. E, neles encontra o seu norte.
Ao lado de Evanilde Aparecida, constrói seu lar. Menina mulher, que conhece na adolescência e por ela encanta-se. Linda morena, de trejeitos delicados e de uma fina educação. Seus olhares cruzam, luzem como diamantes. Presente divino! Juntos enfrentam dificuldades e dores mas, sonham, acolhem vidas, dividem seus sustentos, deixam o amor ser maior que as adversidades. Participam da vida de suas filhas: Teresa Cristina; Ana Maria e Heloísa Helena. Iluminam, acalmam, sorriem, aquecem cada uma. Desta forma orientam acompanham e encorajam todas a transporem seus limites. Só que, o Pai lhe pede mais um ofertório… leva sua filha mais velha , “Teresa Cristina”. Arédio, sabe que é filho de dona Quininha, então ousa ser cor entre as tormentas. Veste de coragem, ao lado de sua amada e prosseguem a caminhada.
Homem de cunho político, contribui para o apogeu de sua Catalão e se vangloria dos feitos que lhe abrilhanta e a faz agigantar diante do cenário Goiano. Procura marcar presença de forma ativa e participativa no cenário dos acontecimentos políticos, administrativos, da Academia Catalana de Letras… Um colibri de invernadas.
Hoje, Arédio tem mais chão, nos seus olhos, que cansaço nas suas pernas. Mais esperanças, nos seus passos, do que tristeza nos seus ombros. Continua sua missão de pai, avô, bisavô, dando incentivo, orientação e presença. Nos seus 87 anos de vida, segue professor acadêmico de teses de mestrado e com mais estrada no seu coração do que medo na sua cabeça. Sabe que foi feito um colibri, a esparramar atos filantrópicos.
Seus olhos castanhos claros, buscam sempre ter do seu lado, suas estrelas mais brilhantes, o Morrinho do São João, Boston nos EUA , Foz do Iguaçu, Uberlândia, Bourn na Austrália e Goiânia. Sabe, que seus sonhos não envelhecem e suas escolhas ainda são conscientes e corajosas. Como homem da zona rural, aprendeu a contemplar o luar, a escutar o gorjeio dos pássaros, a sentir a força de um abraço, a doçura de um olhar, a alegria de um bom bate papo, a curtir com a família aventuras e viagens, e a trabalhar sempre em prol de uma sociedade melhor.
Arédio, segue refletindo como Fernando Pessoa, que fundi a felicidade entre a beleza do sonho e a realidade da vida. Pois, quando se mata um sonho se mutila a alma. Sabe, que não está sozinho, caminha de mãos dadas com seu amor e juntos partilham seus desejos, seus olhares e seus abraços. Caminham tornando seus sonhos
impenetravelmente, inexpugnavelmente seus.
Diante de um céu flamejante de 87 estrelas segue com orgulho de ser mestre da Academia Catalana de Letras. Arédio Teixeira Duarte, vai se tornando imortal. Ficando gravado para sempre no berço cultural da cidade catalana. Às vezes, o seu coração palpita de saudades, daquele tempo simples, que atravessava as pinguelas feitas de madeiras, ligando passagens, onde via o curso do Ribeirão Pirapitinga límpido, com inúmeras nascentes. Porém, hoje sabe, que as águas cristalinas são diamantes escassos na cena dos rios. E, o amor, é hoje, mais precioso que o tempo.
Sob o céu azul continua seu trajeto, vê o sol dar lugar a lua, as estrelas forrarem o seu chão de luz e um risco dessa água cristalina do Ribeirão Pirapitinga, permanecer à brilhar nos seus olhos. Arédio Teixeira Duarte, este é você! Um homem, que partilha alegria, porque sabe que viver é divinamente belo. Vai bibiricando a vida, pois consegue deixar sua maior marca, que é deixar seu rastro de bondade a tantos colibris em seu voo. Momentos vão se resumindo e tornando únicos a cada dia, por isso seu voo é de sabedoria.
Assim, pelo entardecer, chega na janela do seu apartamento, e vislumbra uma lua branca estatelada, a descortinar paixões. Sonha, contempla e em êxtase abraça sua amada e a deixa suspirar no peito seu.
Com carinho dos sobrinhos, Tom e Cida Nesralla