A importância da Cultura na formação do cidadão
Catalão é uma cidade rica em costumes, tradições e valores. A comunidade procura preservar nossa dança, música, festa, literatura, folclore e arte. Em nosso município existem indivíduos que apreciam o belo e dedicam horas de suas vidas a pesquisar nossa origem representada em cultura.
Assim é o jovem Cássio Ribeiro Manoel, formado em Letras (Português e Inglês – UFG) e que, desde quando iniciou sua vida acadêmica, tinha como intuito, elaborar um trabalho de conclusão de curso sobre as Congadas do Catalão. Isso, por viver desde a infância em meio à festa em louvor a Nossa Senhora do Rosário e ser dançador fiel da padroeira da cidade.
Filho único de José Pedro Manoel e Marilda Ribeiro Manoel, o jovem sempre foi movido pela fé. “Recordo que minha fé se manifestou ainda na infância, sendo que dancei pela primeira vez com três anos. Meus pais e avós são católicos e minha avó paterna, Divina Martins, foi bandeirinha. Meus tios e os netos também, ou seja, algo que sempre nos foi passado de geração em geração”. Cássio revela que, quando resolveu fazer a monografia sobre as Congadas preferiu consultar livros e não fazer uma pesquisa de campo. “Como não era possível eu fazer uma pesquisa de campo direta, pois esta teria que passar pelo comitê de ética da faculdade, pesquisei nos livros, e conversando com pessoas próximas que já estavam há tempos presentes nas Congadas. Em uma pesquisa indireta, falei com minha avó e com o irmão dela, João Coelho que, foi capitão e presidente da Irmandade, inclusive o primeiro estatuto foi criado dentro da casa dele. Então, posso afirmar que foi através dessa curiosidade de saber mais sobre a cultura e essa manifestação riquíssima, que me inspirei para realizar as pesquisas. Também, é claro, através dos livros, através de estudiosos como o Carlos Rodrigo Brandão, livro das Congadas do Robson Macêdo, foi com proposito de saber mais sobre essas modificações que acontecem na festa”.
Cássio lembra que, a Revista Portal VIP (a primeira revista a circular periodicamente em Catalão desde junho de 2005), colaborou com sua pesquisa e acredita serem importantíssimas as pesquisas que a Revista realiza sobre a festa. “Parabenizo a Revista Portal VIP pelo belo trabalho de todos os anos. Trabalho esse que foi uma base para eu construir a parte histórica da minha tese, porque eu tinha poucos relatos sobre a parte histórica. O artigo publicado me ajudou muito a construir e a refletir sobre essa parte da nossa cultura, que já existe a mais de 100 anos. Acredito que os estudiosos precisam registrar, caso contrario, daqui a alguns anos não vai ter nada de memoria sobre essa gigantesca cultura. Temos que registrar tudo isso para que nossos filhos possam ter conhecimento dessa festa linda, que completou 139 anos de manifestações religiosas e culturais”.
Todos os jovens sabem que apresentar uma monografia não é nada fácil. Cássio relembra sua apresentação. “Eu estava muito seguro do que eu ia falar, pois tenho muita devoção a Nossa Senhora do Rosário e toda vez que eu ia escrever uma parte da minha monografia, pedia a intercessão da Santa, e dizia, “Nossa Senhora, é para a senhora que eu estou escrevendo, então me ilumina e me ajuda”. Minha banca foi muito tranquila, era para durar 20 minutos e acabou sendo uma discussão de mais de uma hora. Havia dois estudiosos dessa cultura na banca, a Luana Duarte, que fez um glossário em sua monografia de pós-graduação, e em seu mestrado ela trabalhou as irmandades de preto, e a outra, minha orientadora, Professora Dra. Maria Helena de Paula, que trabalhou as cantigas em seu mestrado. Ali discutimos e conversamos sobre os temas e debatemos pontos e questões que surgiram durante a apresentação”.
Feliz com o resultado, o dançador do Moçambique Mamãe do Rosário deixa uma mensagem para as crianças que vem por ai e que é o futuro das Congadas. “Os papais e mamães devem incentivar seus filhos, os que já são dançadores, incentivar a continuarem dançando e louvando a Nossa Senhora do Rosário para que essa tradição possa prosperar ainda por anos a fio. Para não deixar que nada abale essa tradição, e sim que continue passando de geração a geração, para que os filhos dos nossos filhos possam ainda vivenciar essa cultura tão forte e bonita”.
O jovem conclui ao cantar trechos de uma cantiga que o toca muito.
“Oia viva! Oia viva! Oia viva!
Oia viva a Mamãe do Rosário!
Oia viva! Oia viva! Oia viva!
Oia viva a Mamãe do Rosário”!
“Sempre quando chegamos ao Largo do Rosário para hastear a bandeira de Nossa Senhora, o Capitão Diogo começa a marcar essa cantiga. Cantiga essa, que me marcou muito nesse primeiro ano que dancei no Terno Moçambique mamãe do Rosário”, Cássio.
FONTE: Revista Portal VIP, edição 88ª, janeiro de 2015.
TEXTO: Maysa Abrão
FOTOS: Maysa Abrão
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