Aos 102 anos, Maria Rosa Pereira é exemplo de longevidade em Catalão

Lúcida e saudável aos 102 anos, Maria Rosa Pereira recebeu a equipe do Blog da Maysa Abrão para contar os segredos da longevidade.

A bela senhorinha nasceu na zona rural do município, no dia 21 de julho de 1913. Sétima filha de Antônio Machado da Silva e Maria Rosa de Jesus, ela foi a primeira menina após o nascimento de seis filhos homens. Paparicada e muito mimada dividiu a infância com mais três irmãs e hoje, dona Maria Rosa, ainda tem convivência com a única irmã viva, dona Brandina.

Viúva do fazendeiro Antônio Horácio Pereira, o Totoin Horácio, que morreu em 15 de novembro de 1979 (vítima de um infarto), ela vive há aproximadamente 37 anos com uma das filhas, Almezinda Pereira. Simpática e bem-humorada é mãe de sete filhos e tem 17 netos, 29 bisnetos e 9 tataranetos.


De fala mansa, jeito simples e sem aparentar a idade que tem, a anciã não tem nenhum problema de saúde. O colesterol é normal, assim como os níveis de açúcar no sangue e a pressão. Mas o que mais chama a atenção é a memória de dona Maria. Às vezes ela não lembra, mas quando recorda de fatos da juventude é como se tivessem ocorrido há pouco tempo. Uma das histórias que ela conta é que casou aos 18 anos e morou com a sogra, Maria Carolina, carinhosamente chamada de tia Fia, até a morte da mesma. “Minha sogra era uma mulher muito boa, era mãe de nós dois”, relembra.

Naquela época dona Maria morava na zona rural e foi na fazenda e com parteiras que nasceram todos os filhos. Mas, o que poucas pessoas sabem e que é uma história de coincidência inacreditável é que, cinco filhos do casal são do mês de maio e um do dia 29 de abril. Três dos filhos de maio são do mesmo dia, porem com uma diferença de nove anos de um para o outro. Para melhor entender:

No dia 12 de maio de 1932, nasceu Aurea (in memoriam).

No dia 6 de maio de 1934, nasceu Maria Pereira.

No dia 29 de abril de 1938, nasceu Almezinda.

No dia 23 de maio de 1940, nasceu João Antônio Pereira.

No dia 6 de maio de 1943, nasceu Dora.

No dia 6 de meio de 1952, nasceu Neusa.

Lembrando que o sétimo filho do casal é de coração, Sidon de Oliveira.

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Em 1959, para proporcionar aos filhos um estudo melhor, vieram morar no Catalão. Aqui dona Maria chegou a costurar para a congada, onde fez fardas e coquetes na máquina de mão. Ela conta que a arte de costurar aprendeu ainda na infância, quando sua mãe as ensinava fazer bonecas de retalho para as mesmas brincarem. “Naquele tempo, era lei aprender a costurar. Todas as meninas aprendiam ainda crianças”, revela dona Maria.

Católica e extremamente religiosa, a nobre senhora ajudava os tios nas novenas da roça e até hoje segue as orações. Em todo amanhecer, ainda na cama, louva a Deus pela vida. Ainda apaixonada e saudosa pelo marido que se foi, dona Maria se emociona e chora de saudades. “Totoin era tudo em minha vida. Era uma pessoa confiável que fazia partilhas aos amigos. Um homem bom, que ajudava a todos. Foi rotariano e adorava dançar falsa”. Relembra dona Maria ao contar que junto ao amigo João Faiad fundaram a cooperativa do Catalão.

Ainda sobre o marido, ela diz. “Você podia citar as mulheres do mundo todo e perguntar a ele qual a mais bonita? Era sempre eu. Ele não dizia, mas os amigos me contavam que, ele revelava ter ciúmes de mim. Quando ia jogar truco, eu o acompanhava, até mesmo porque não me deixava. Era uma lei entre nós. Naquela época não existiam brigas e não tinha esse tal de ciúme não, porque dono era dono. Gostar de mim como Totoin gostava e casal igual a nos dois, ainda não vi igual. Tenho certeza que, qualquer tempo que eu for, ele estará no céu me esperando, porque é ele quem olha por mim”, conta a nobre senhora em lágrimas. O respeito entre dona Maria e o marido era tão grande que ele comprava cigarro para ela e a mesma fumava longe do marido. Após sua morte, a viúva nunca mais fumou.

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Outra lembrança forte na memoria de dona Maria são as idas e vindas a cavalo. “Morávamos na fazenda e sempre que saiamos para algum lugar era a cavalo. Eu, Totoin e as crianças”, relembra aquela que foi parteira, costureira, fiandeira, tecedeira e trabalhou na ordenha das vacas para ajudar o marido.

Vaidosa, faz questão de ensinar as netas a passarem corretamente o creme em seu rosto, esmalta as unhas e a primeira vez que cortou o cabelo foi para o casamento da filha caçula. “A principio meu pai não deixava cortar, depois meu marido, então a opção era aparar as pontas. Quem cortou pela primeira vez foi a Sueli Cabelereira e é ela que vem em minha casa até hoje cortar”, conta a anciã que guardou o cabelo cortado por muitos anos.

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Brincalhona, ela adora fazer duas vozes para contar historias do passado e o tempo todo está a fazer sua família dar boas risadas. Todos os netos a chamam carinhosamente de mãezinha e nunca de vozinha, algo que dona Maria ama, porque para os netos ela sempre foi uma verdadeira mãe.

A família conta que toda vida a matriarca dos Pereira sempre foi muito caridosa e na época do frio, dona Maria fazia pijamas de flanela e os doava aos menos favorecidos. E ao serem questionados sobre suas qualidades e defeitos, a família a descreve: amorosa, emotiva, adora criança, adora dinheiro, adora ganhar presente, adora doces, é brava e detalhista.

A história de dona Maria Rosa Pereira nos motivou a compartilhar com nossos internautas, para representar todas as mulheres, mães e não mães lutadoras e ocultas, dia a dia de cada mês, de cada ano, década e também século. Aqui no meu, no nosso BLOG fica registrado para uma eternidade, um exemplo a ser seguido. Dona de uma fé gigantesca, de muita sabedoria e determinação, dona Maria Rosa só quer estar todos os dias rodeadas das pessoas que a amam.

O BLOG da Maysa Abrão também registra aqui os nossos parabéns a essa grande família, que cuida e oferece amor diariamente para a querida mãezinha.

 

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