Políticas Públicas para o Audiovisual em Minas Gerais são debatidas na Mostra de Cinema de Tiradentes
Gestores da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo apresentaram as principais ações da pasta para fomentar o setor
Um dos principais festivais do circuito audiovisual brasileiro, a Mostra de Cinema de Tiradentes celebra, em 2022, sua 25ª edição e aborda o que há de mais promissor na cena contemporânea. Com uma programação extensa, que reúne debates, reflexões e outras atividades ligadas ao setor, a mostra promoveu, na quarta-feira (26/1), uma mesa de debate que contou com a participação de gestores da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult).
Durante o bate-papo “Políticas Públicas para o audiovisual em Minas Gerais”, o subsecretário de Cultura, Igor Arci, o presidente da Empresa Mineira de Comunicação (EMC), Sérgio Rodrigo Reis, e a diretora de Desenvolvimento e Promoção do Audiovisual, Flávia Moreira, conversaram com o público sobre as políticas culturais elaboradas pela Secult para fomentar e fortalecer a produção do audiovisual mineiro. Entre as ações destacadas estão a publicação de um edital e a consolidação de uma plataforma de streaming com produções mineiras.
O subsecretário de Cultura, Igor Arci, destacou a grande mobilização que vem sendo feita pela Secult para fomentar o setor no estado. Entre as ações da pasta, está a publicação do Edital Exibe Minas, que vai destinar mais de R$ 2 milhões em recursos diretos do Fundo Estadual de Cultura (FEC). A iniciativa foi aperfeiçoada após diálogos entre o poder público, integrantes do Conselho Estadual de Política Cultural (Consec) e articuladores da Sociedade Civil ligados às áreas de Cinema e correlatas.
“O Exibe Minas é um edital com uma quantidade maior de prêmios, bem como o recurso que foi liberado para a execução dos projetos. Serão agora 40 prêmios com valor bruto de R$ 65 mil. O edital é uma ferramenta importante para fomentar o setor, garantir emprego, renda e a diversidade que sempre marcou as produções audiovisuais no estado”, destacou Igor Arci.
A publicação do Edital prevê premiações em duas categorias. Na Categoria I serão premiados 30 projetos voltados à formação de público, por meio do apoio a circuitos de exibição alternativos, como mostras e festivais de cinema. Já a Categoria II vai contemplar 10 projetos destinados às atividades de formação e capacitação do setor produtivo e que estejam vinculados a eventos de exibição audiovisual. Mais informações sobre o Edital Exibe Minas estão disponíveis AQUI.
Participação e consolidação
Em sua conversa com o público, Igor Arci também pontuou que o alcance das políticas públicas do audiovisual em Minas Gerais tem ampliado de forma significativa. De acordo com o subsecretário, a média de proponentes cadastrados na Plataforma Digital de Fomento e Incentivo à Cultura da Secult teve um aumento considerável. “São quase 500 cadastros a mais na Plataforma, e isso mostra que nossas políticas estão cumprindo um papel de descentralização e democratização”, disse.
Para garantir o acesso à diversidade de produção do segmento, a Secult também investe em diferentes suportes. Um dos exemplos é a criação da EMC Play, uma plataforma de streaming elaborada pela Empresa Mineira de Comunicação que vai veicular obras audiovisuais de realizadores mineiros ou realizadas majoritariamente em Minas Gerais, com preferência para as contempladas em algum mecanismo que compõe o Sistema Estadual de Financiamento à Cultura. De acordo com o presidente da EMC, Sérgio Rodrigo Reis, a incorporação das políticas do audiovisual pela empresa que une a Rádio Inconfidência e a Rede Minas, favorece a promoção do audiovisual mineiro e a sua difusão.
“O audiovisual é uma indústria complexa, que emprega uma cadeia gigantesca de profissionais e, com a incorporação das políticas da Secult, a gente estabeleceu uma série de perspectivas para manter o diálogo com o setor, ampliando a promoção do audiovisual mineiro. A economia do cinema foi profundamente impactada com a pandemia, e a EMC Play surge num cenário desafiador para todos nós, mas que representa uma oportunidade estratégica para dar visibilidade às produções do estado”, pontuou.
O presidente da EMC também destacou as ações da Secult durante a operacionalização da Lei Aldir Blanc em Minas Gerais. “Conseguimos viabilizar 100% dos recursos da Lei de Emergência Cultural. Foi uma vitória muito importante para o setor”, disse. Foram sete editais dedicados ao setor e 862 proponentes contemplados, em diferentes linguagens, como curtas, médias, longas-metragens e séries, além de premiações para roteiros, produtoras e distribuidoras. Ao todo, foram repassados quase R$ 9,5 milhões e 249 obras foram licenciadas.
Difusão e mobilização
A diretora de Desenvolvimento e Promoção do Audiovisual da EMC, Flávia Moreira, apresentou aos participantes do evento na Mostra de Cinema o selo “Cidade Amiga do Audiovisual”, projeto da Minas Film Commission para fomentar o setor audiovisual mineiro. A iniciativa integra o Plano Descentra Cultura, da Secult, e tem o objetivo de incentivar o desenvolvimento de práticas ligadas ao audiovisual que facilitem e atraiam mais produções aos municípios mineiros, garantindo, assim, mais impactos positivos nas economias locais.
“Essa é uma das missões para descentralizar as políticas públicas e fazer com que elas cheguem às demais cidades do estado. É uma relação de ganha-ganha, é bom para todo mundo. Ganha quem precisa de boas locações e serviços para produzir sua obra com o menor custo, e ganham os municípios que recebem essas produções. É estímulo da economia local com o turismo, geração de emprego e renda” apontou Flávia. A diretora também lembrou de outras ações, como Fórum Setorial do Audiovisual Mineiro, viabilizado por meio de articulação conjunta com o Conselho Estadual de Política Cultural (Consec).
A íntegra do bate-papo “Políticas Públicas para o audiovisual em Minas Gerais” pode ser acessada AQUI.
A 25ª Mostra de Cinema de Tiradentes ocorre de forma virtual até 29 de janeiro. Outras informações sobre a mostra podem ser acessadas neste link.