Cine Humberto Mauro exibe mostra dedicada a Preston Sturges, primeiro diretor-roteirista de Hollywood
“A Quimera do Riso: O Cinema de Preston Sturges” exibe 12 filmes do diretor no cinema e disponibiliza três longas on-line na plataforma CHM+
A Fundação Clóvis Salgado, por meio do Cine Humberto Mauro, realilza a mostra inédita A Quimera do Riso: O Cinema de Preston Sturges, que exibe entre os dias 21 de janeiro a 3 de fevereiro de 2022, 12 filmes dirigidos e/ou escritos por um dos roteiristas mais célebres da história do cinema. Com entrada gratuita, os ingressos serão distribuídos durante o horário de funcionamento da bilheteria, no dia de cada sessão, com lotação máxima do cinema de 133 lugares, além de quatro espaços reservados para cadeirantes.
A programação conta com os longas Garota de Sorte (1937), O Homem Que Se Vendeu (1940), Natal em Julho (1940), Lembra-se Daquela Noite? (1940), As Três Noites de Eva (1941), Contrastes Humanos (1941), Mulher de Verdade
(1942), Papai por Acaso (1944), Herói de Mentira (1944), Triunfo Sobre a Dor (1944), Odeio-te Meu Amor (1948) e Esta Loira É Um Demônio (1949). O público também terá a oportunidade de conferir através da plataforma CineHumbertoMauroMais três dos principais filmes de Sturges, As Três Noites de Eva (1941), Contrastes Humanos (1941) e Mulher de Verdade (1942), de forma on-line e gratuita.
Preston Sturges revolucionou a linguagem cinematográfica no gênero da comédia, inovando com diálogos rápidos, piadas em situações inusitadas e transgressoras, além de retratar importantes questões sociais decorrentes da época, principalmente, durante a Segunda Guerra Mundial. O norte-americano sobressaiu, também, como o primeiro roteirista a conseguir dirigir o seu próprio filme em Hollywood, sendo o primeiro vencedor da categoria de ‘Melhor Roteiro Original’, no Oscar da Academia, em 1941. “Ele foi extremamente importante para a história do cinema, principalmente, na questão do refinamento de roteiro e da construção de diálogos, e, por isso, é tão reconhecido até hoje”, explica Vítor Miranda, da Gerência do Cine Humberto Mauro.
Em sua relativamente curta carreira como diretor, Sturges realizou 13 filmes, que lhe forneceram uma das maiores taxas de acerto cinematográficas. Utilizando de elementos do roteiro como forma de causar efeito e satirizar o modo de vida americano, os filmes do diretor-roteirista continuam atemporais e extremamente cômicos. “Sturges ia muito para o lado do diálogo, especializando-se em como brincar com a estrutura das palavras e da linguagem no audiovisual. No cinema clássico, o diálogo serve para avançar a narrativa, nos filmes do Sturges, o filme serve para gravar o diálogo. Ele brinca muito com aliteração, com a igualdade dos sons, com o ritmo do roteiro e com a eloquência dos atores em seus filmes, o que reforça o conflito da situação e a tensão do espectador. Os filmes dele possuem uma grande energia fonética”, ressalta Vítor Miranda.
A programação completa pode ser acessada AQUI.
Notoriedade contemporânea
Apesar de seus filmes completarem quase um século de realização, Sturges continua, atualmente, colecionando admiradores no universo cinematográfico. Vários são os diretores contemporâneos que se inspiraram em seus filmes para contarem as suas próprias histórias, utilizando Sturges como influência e referência para suas obras. “Wes Anderson, David Fincher e os Irmãos Coen são todos fãs confessos do trabalho de Preston Sturges. Se você assiste a alguns filmes desses diretores, consegue perceber situações em que o diálogo é afiado, como se ele te mordesse, característica única de Sturges”, explica Miranda.
Comédia Screwball
Sturges foi um dos precursores da Comédia Screwball, um gênero aberto que surgiu no final dos anos 1930, que foge do padrão hollywoodiano e traz no enredo de seus filmes situações inesperadas e cômicas. “A década de 1940 foi de muita experimentação para o cinema. Você tinha o peso da Segunda Guerra Mundial e o refinamento do recurso do som, por esse motivo a Comédia Screwball surgiu. Utilizando o humor para provocar reflexões nos espectadores, os filmes retratam situações sociais com humor e com situações farsescas, além de uma atitude mais livre do cineasta, testando os códigos morais norte-americanos. Os filmes de Sturges são filmes que criticam e tencionam esses códigos”.
Filmes cômicos e profundamente atuais – A programação da mostra percorre praticamente toda a filmografia de Preston Sturges, trazendo filmes que exaltam a magnitude e a influência do diretor-roteirista para a história do audiovisual. “Vamos exibir filmes essenciais da carreira do diretor, que permitirão ao público conhecer o que era a quimera que foi Sturges. O público terá a oportunidade também de conferir como outra pessoa dirigiu um filme que Sturges escreveu. Além de serem filmes que abordam questões sociais e que são assustadoramente atuais e refinadas. Penso que o público vai rir e se divertir bastante”, ressalta Miranda.
Além da vasta criatividade individual de escrita e de produção, Sturges contava com importantes parcerias de atores e atrizes já conceituados e aclamados da época que, através de suas atuações, eternizaram as histórias do diretor na memória dos amantes da sétima arte. “O trabalho dos atores e atrizes é também extremamente relevante de se conferir nesses filmes. Ele possuía uma grande parceria com Henry Fonda, Joel McCrea, Claudette Colbert e Barbara Stanwick, tirando performances incríveis desses renomados atores”, finaliza Vitor Miranda.
O Governo de Minas Gerais e a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, por meio da Fundação Clóvis Salgado, apresentam A Quimera do Riso: O Cinema de Preston Sturges. O programa tem a correalização da APPA – Arte e Cultura, patrocínio master da Cemig, AngloGold Ashanti, ArcellorMittal e Unimed-BH / Instituto Unimed-BH, por meio das Leis Estadual e Federal de Incentivo à Cultura, e patrocínio ouro da Codemge – Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais.
A Fundação Clóvis Salgado é integrante do Circuito Liberdade, complexo cultural sob gestão da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult) que reúne diversos espaços com as mais variadas formas de manifestação de arte e de cultura em transversalidade com o turismo. Trabalhando em rede, as atividades dos equipamentos parceiros ao Circuito buscam desenvolvimento humano, cultural, turístico, social e econômico, com foco na economia criativa como mecanismo de geração de emprego e renda, além da democratização e ampliação do acesso da população às atividades propostas.