Moeda de 25 centavos de dólar faz parte de série comemorativa “American Women Quarters”, que homenageará mulheres marcantes da história dos Estados Unidos
Maya Angelou é homenageada pelo “American Women Quarters” em moeda (foto: Ken Charnock)
Maya Angelou, poetisa, escritora e ativista americana, agora estampa a moeda mais usada nos Estados Unidos, o “quarter” (apelido para a moeda de 25 centavos americanos). A moeda entrou em circulação na segunda feira (10) mostra Maya com os braços abertos, com um pássaro e o Sol ao fundo. Segundo a Casa da Moeda Americana, simboliza a poesia e o modo de vida da homenageada.
A moeda faz parte da série comemorativa “American Women Quarters”, que também homenageia Sally Ride, primeira americana a ir ao espaço, Wilma Mankiller, primeira mulher eleita para servir como chefe principal da Nação Cherokee, Adelina Otero-Warren, líder do movimento sufragista do Novo México e a primeira superintendente feminina das escolas públicas de Santa Fé, e Anna May Wong, primeira estrela sino-americana de Hollywood.
Moeda em homenagem à Maya Angelou (foto: HANDOUT)
A série será produzida até 2025 e poderá homenagear mais mulheres, uma vez que pode ter até cinco novos modelos por ano. “Toda vez que redesenhamos nossas moedas, temos a chance de dizer algo sobre nosso país –o que valorizamos e como progredimos como sociedade”, disse a Janet Yellen, secretária do Tesouro. “Estou muito orgulhosa por essas moedas celebrarem as contribuições de algumas das mulheres mais excepcionais da América, incluindo Maya Angelou”, completa.
Quem foi Maya Angelou
Maya Angelou, pseudônimo de Marguerite Ann Johnson, nasceu em abril de 1928 no Missouri, EUA. Morou com a avó após a separação dos pais e aos 8 anos foi estuprada pelo namorado da mãe. Depois que Maya contou o ocorrido para a família, o criminoso foi sentenciado a apenas um dia de prisão e, ao ser solto, foi caçado e espancado até a morte, sendo os tios de Maya os principais suspeitos do assassinato.
A morte de seu abusador teve grande impacto na vida de Maya, que se sentindo culpada pela morte de um homem passou anos sem pronunciar uma única palavra, com medo de que sua voz causasse a morte de mais pessoas. Foi então que se entregou à escrita.
A primeira autobiografia, “Eu Sei Porque o Pássaro Canta na Gaiola”, lançado em 1969, traz relatos sobre o abuso sexual que sofreu e a segregação racial no sul dos Estados Unidos. Primeiro livro de grande repercussão de uma autora negra, a obra foi adaptada para o cinema em 1979.
Apesar de ser amplamente reconhecida como escritora, professora e pesquisadora, ao longo da vida, Maya trabalhou como atriz, garçonete, cantora, motorista de ônibus, editora de uma revista no Cairo (Egito), assistente administrativa em Gana, entre outras atividades. Nos anos 60 se tornou amiga de Martin Luther King Jr. e Malcolm X, se engajando com a luta contra a segregação e o racismo.
Maya Angelou recebeu a Medalha da Liberdade do então presidente dos EUA, Barack Obama, na Casa Branca em Washington (foto: LARRY DOWNING)
A ativista conquistou mais de 30 títulos honorários, entre eles o Prêmio Literário pela contribuição à comunidade literária e a medalha presidencial da liberdade, a mais alta honraria dos EUA, concedida a civis, entregue por Barack Obama, o primeiro presidente negro dos EUA. Angelou recitou” No Pulso da Manhã”, na posse de Bill Clinton, em 1993, torrnando-se a primeira mulher a recitar um poema em uma cerimônia de posse presidencial.
Maya faleceu em 2014, aos 86 anos deixando um legado de 36 livros, e uma história inspiradora de lutas e conquistas que mostrava como a opressão social, racial e de gênero afeta a individualidade.
*Estagiária sob a supervisão de Márcia Maria Cruz
FONTE: https://www.em.com.br