Considerações da Academia Catalana de Letras – Professor Antonio Miguel Jorge Chaud
A Academia Catalana de Letras considera um privilégio abordar, mesmo que resumidamente, a vida de Antonio Miguel Jorge Chaud. Professor Chaud, como era conhecido, virou símbolo de prestígio para Catalão, onde nasceu em 1923 e foi educador por quase sessenta anos. Quando menino estudou no Externato Santana com Dona Iaiá. Depois foi para São Paulo onde fez alguns cursos, contabilidade e inglês, terminando com o bacharelado em Sociologia e Política na Universidade de São Paulo. Ainda na capital paulista, antes de retornar para Catalão, começou lecionar em dois colégios. Aqui, casou -se com Maria Sampaio Nogueira, com quem teve oito filhos, desfrutando de uma marcante vida profissional, social, política e cultural. Uma das marcas admiráveis do Professor Chaud era a elegância. Esteve sempre bem vestido, mesmo no dia a dia, com os melhores ternos de encomenda, que usava, mesmo que estivesse assistindo a um mero jogo de futebol. Outra particularidade do mestre, é que normalmente andava a pé, mesmo possuindo enormes carrões na garagem, que raramente usava. Foi um dedicado educador. Lecionou nos colégios Mãe de Deus (desde 1945), Presidente Roosevelt, que fundou em 1948, São Bernardino de Siena (de 1953 a 1962), no Anchieta (de 1952 a 1966) e no Centro de Formação de Professores (de 1952 a 1966). Em todos esses estabelecimentos, além do conteúdo curricular, tornava – se amigo dos alunos, sentia e compreendia a alma da mocidade, instruindo-os para o caminho do bem, da justiça e da ordem. Mais que isso, tinha forte espírito cívico. Incentivava a juventude a engrandecer Catalão, em qualquer área que pretendesse atuar. Com isso, virou uma espécie de conselheiro e padrinho permanente de todas as turmas em que lecionou. Orador fluente, de grande versatilidade, era convidado a falar praticamente em todas as cerimônias que participava. Foi presidente do Crac, do Rotary Clube, fundador da Associação Comercial de Catalão, provedor da Santa Casa e diretor da Rádio Cultura. Ao lado de tudo isso, Professor Chaud foi um dinâmico construtor. Concebeu e levantou o prédio onde hoje funciona o Colégio Aprov, construiu o edifício Heloisa, a Galeria Chaud sendo, bem antes, idealizador do imponente Cine Real. Participou, enfim, de vários loteamentos e outras edificações na cidade. Nesse aspecto, foi otimista e visionário porque, na maioria das vezes, não contava com facilidades financeiras. Mesmo assim, andava de cabeça erguida, peito aberto, passos largos e firmes. Professor Chaud foi também um exemplo de sabedoria. Estava sempre animando os fracos e aplaudindo os fortes. Na política, foi eleito prefeito de Catalão (1956), quando recebeu das mãos do presidente JK um diploma de honra, consagrando Catalão como um dos municípios brasileiros de maior progresso na época. Exerceu cargos importantes no governo estadual e onde quer que estivesse instigava um verdadeiro respeito por Catalão. Deixou dois livros publicados e ocupou a cadeira número 5, do patrono Galeno Paranhos, na Academia Catalana de Letras. Sem dúvida, foi um dos catalanos de maior prestígio na história do município.
FOTO: O jovem Chaud
FOTO: Cumprimentado Garrincha
FOTO: Chaud e Íris Rezende
Luís Estevam
(Fotografias do acervo de José Maurício)
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