Observações da Academia Catalana de Letras – Praças Getúlio Vargas e a Duque de Caxias

Maysa Abrão 25 de outubro de 2019.

A Academia Catalana de Letras observa que, continuam fechadas ao público duas praças centrais de Catalão: a Getúlio Vargas e a Duque de Caxias. Algumas pessoas se mostram apreensivas com as obras que lá estão sendo executadas. Não é para menos. Esses logradouros públicos constituem um baú de reminiscências e de fortes vinculações com o passado. Outras pessoas, no entanto, estão confiantes de que a prefeitura saberá resguardar os marcos tradicionais, argumentando que, a época de prefeitos que destruíram monumentos históricos (como o obelisco do relógio) felizmente passou. Em todo caso, é importante relembrar que, a praça Getúlio Vargas é antiga e muito representativa para Catalão. Começou com um terreno vazio em frente à primeira capela da cidade, Mãe de Deus, onde hoje está uma agência do Banco Itaú. Com o tempo, a igrejinha desmoronou, mas o terreno de frente foi sendo conservado como praça Eugênio Jardim, virou depois, por um período, praça da República, até se estabilizar como praça Getúlio Vargas após a década de 1930. O grande artífice daquele logradouro foi o Cel Augusto Netto Carneiro que a embelezou com o coreto (1929), ergueu parapeitos em balaustrada, abriu uma fonte de água corrente e espalhou um calçamento delicado e artistico. Logo depois da II Guerra Mundial, o Rotary Club lá implantou um pequeno obelisco em homenagem aos pracinhas catalanos que participaram do conflito. A maçonaria posteriormente também ergueu um pequeno monumento nas imediações. Até os bancos de concreto foram sendo doados por empresas comerciais e industriais da cidade, servindo de propaganda e de embelezamento. Enfim, a Getúlio Vargas foi, durante quase um século, o ponto de encontro e de lazer mais frequentado da cidade de Catalão. Não seria má idéia reinaugurar aquela praça com uma banda de música no coreto como era costume de antigamente. Também ficaria bonito todo mundo vestido a rigor fazendo uma caminhada pela praça. A Duque de Caxias também está no centro de tradições e de reminiscências catalanas, embora de uma outra forma. Aquela área abrigou o primeiro cemitério de Catalão e depois virou terreno baldio. Passou a sediar uma Companhia de Tiro de Guerra, até ser transformado em praça, no início da década de 1970, pelo prefeito Sílvio Paschoal. Nas cercanias da Duque de Caxias desenrolou-se quase toda a vida boêmia de Catalão. Na Rua do Fogo, nas Sete Casas, na famosa Maria Fernandes e redondezas, funcionaram os prostibulos mais tradicionais da cidade. Como lembrança de sua fundação, a praça ainda conserva o busto do General e um antigo banheiro público circular. Além disso, continua sendo muito frequentada porque sedia a maior feira livre dominical de Catalão.